Manaus, 27 de abril de 2024
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Manaus, 27 de abril de 2024

Política

Renan vaza relatório final da CPI e cria ‘incômodo que temos que superar’, diz Randolfe

Após divergências entre os senadores do grupo majoritário da CPI, chamado de G-7, o relatório da comissão, que está a cargo de Renan Calheiros, agora será lido na quarta-feira

Renan vaza relatório final da CPI e cria ‘incômodo que temos que superar’, diz Randolfe

Foto: Sérgio Lima

Brasília, DF – O vice-presidente da CPI da Covid, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), disse nesta segunda-feira (18) que o vazamento do relatório da comissão foi um dos motivos que gerou o adiamento da leitura do texto, que estava marcada para amanhã.

Após divergências entre os senadores do grupo majoritário da CPI, chamado de G-7, o relatório da comissão, que está a cargo de Renan Calheiros (MDB-AL), agora será lido na quarta-feira, 20.

“O texto não deveria ter sido vazado. Deveríamos ter consolidado todas as contribuições e, aí sim, encaminhar o texto da parte do relator. O vazamento do texto antes de terem sido consolidadas as contribuições criou de fato um incômodo. Incômodo que temos que superar”, afirmou Randolfe.

Além do adiamento da leitura do relatório, a sua votação também foi postergada. Antes marcada para quarta-feira, agora ocorrerá no dia 26.

A preocupação em se ter apenas 24 horas entre a leitura do relatório e sua votação também foi apontada por Randolfe como divergência entre os senadores.

“Ocorre que uma eventual vista de apenas 24 horas, no nosso entender, poderia causar eventual argumentação de nulidade, na fase posterior, quando o relatório for encaminhado para as providências por parte do Ministério Público”, diz Randolfe Rodrigues.

Leia mais: Após vazamento, CPI adia leitura e votação do relatório final

Divergências

De acordo com o vice-presidente da CPI, o relatório de Renan Calheiros terá em torno de 1,2 mil páginas. Para ele, as divergências entre o G-7 são mais em relação à forma do que o conteúdo do texto.

“Ocorreu um incômodo por parte de alguns colegas senadores pelo fato de não terem tido acesso ao relatório anteriormente, não terem debatido com o relator. São divergências eventuais, mais de forma, do que de conteúdo. Divergências essas que pretendemos avançar e saná-las até quarta-feira”, disse Randolfe.

Entre as divergências apontadas pelo senador estão o possível indiciamento por genocídio do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e a inclusão dos três filhos do presidente no relatório. Além disso, os parlamentares avaliam os nomes dos ministros da Economia, Paulo Guedes, e da Casa Civil, Braga Netto.

“Há uma distinção no relatório, que é feita no texto do senador Alessandro (Vieira, do Cidadania-ES), sobretudo em relação à questão da caracterização do crime de genocídio. Acho que o texto do senador Alessandro traz uma contribuição melhor, mais aprimorada, em relação a esta caracterização”, afirmou.  

Indiciamento de Guedes

De acordo com Randolfe, o senador Alessandro Vieira sugeriu que o relatório tenha o pedido de indiciamento de Paulo Guedes e do secretário de Política Econômica, Adolfo Sachsida. Guedes e Sachsida podem ter apontamento para responder por crime contra a ordem sanitária.

“Documentos que chegaram a CPI dão a devida responsabilidade do Ministério da Economia na condução errada da crise sanitária e na busca de uma chamada imunidade de rebanho. Isso para mim tem elementos de crime contra a ordem sanitária”, afirmou Randolfe.

O vice-presidente da CPI também afirmou que genocídio e crime contra a humanidade, que deverão ser atribuídos a Bolsonaro, estão previstos no Estatuto de Roma, do qual o Brasil é signatário. Para ele, o presidente cometeu genocídio contra a população indígena e crime contra a humanidade em relação à falta de oxigênio em Manaus (AM) e nas denúncias do caso da Prevent Senior.

“Particularmente, trabalharei nas próximas 48 horas, se for necessário 72, pela construção do consenso no âmbito do campo majoritário da CPI. Não somente de eventuais exclusões, que alguns senadores considerarem que deve ter no relatório, como de inclusões”, disse Randolfe.

(*) Com informações do UOL

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