O número de detentos mortos durante o massacre no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), Instituto Penal Antônio Trindade (Ipat), Unidade Prisional do Puraquequara (UPP), Centro de Detenção Provisória Masculino 1 (CDPM1), ocorridos no domingo, 26, e na última segunda-feira, 27, excedeu o limite de armazenamento no Instituto Médico Legal que tem capacidade para apenas 20 corpos.
Conforme a presidente do Sindicato dos Peritos Oficiais do Amazonas (Sinpoeam), Viviany Pinto, a estrutura da instituição é inadequada para armazenar os corpos dos 55 detentos. “A longo prazo, a estrutura é inadequada, não comporta mais a demanda e o número de peritos é reduzido”, relatou Viviany.
Desde ontem, 27, peritos do Departamento Psicotécnico Científico (DPTC) e servidores do Instituto Médico Legal (IML) que estavam de folga, foram convocados para ajudarem na identificação dos mortos. Na manhã desta terça-feira, a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) e o Instituto Médico Legal (IML) informaram que serão divulgados, a cada meia hora, relatórios conjuntos de identificação dos detentos que morreram nos massacres.
Apenas 20 gavetas
A presidente do Sinpoeam comunicou a reportagem que o trabalho de identificação dos corpos é lenta, e que devido ao número reduzido de peritos, o trabalho é mais longo. A precariedade das estruturas do Instituto Médico Legal (IML), fizeram com que seja contratado, de forma emergencial, um caminhão frigorífico, para armazenamento dos corpos dos presos, que chegou a 55, pois o IML não suporta a essa quantidade excessiva de vítimas. Atualmente, apenas 20 gavetas estão disponíveis para o armazenamento de corpos e apenas quatro peritos estão realizando as atividades.
“O que demora é a identificação dos corpos, que pode ser feita de três formas: a identificação digital (necropapiloscópica), é tirada a digital da vítima e é enviada ao Instituto de Identificação (ID) para comparar com a ficha civil ou criminal que esteja lá; ou arcada dentária ou DNA. Então devido ao número reduzido de peritos na área, o trabalho é reduzido”, explicou a presidente do sindicato, Viviany Pinto.
Para Viviany, única saída para melhorar o atendimento à população, é a realização de concursos, com aumento de vagas e a melhora da estrutura. “Dessa forma, nós podemos prestar um melhor serviço à sociedade”, explicou.
Peritos denunciam condições precárias de trabalho e descaso do Governo
No mês de Abril, no dia 25, os Peritos Oficiais do Amazonas denunciaram as condições precárias de trabalho e descaso do Governo. À época, a presidente do Simpoeam relatou que as viaturas existentes não tinham condições de rodar, de deslocar o perito ao local do crime e que o governo só precisaria realizar o reajuste, o que não estava sendo feito. As condições precárias do Instituto Médico Legal (IML) já estavam liberação de corpos em Manaus
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Peritos denunciam condições precárias de trabalho e descaso do Governo
Um dia depois, no dia 26, os representantes da categoria foram até o Ministério Público do Amazonas (MP-AM) denunciar as condições precárias de trabalho dos servidores. O MP informou que iria abrir um procedimento investigativo para, mais uma vez, apurar causas e possíveis soluções para os problemas enfrentados pelos Peritos Oficiais do Amazonas.
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