Manaus, 26 de abril de 2024
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Cidades

Após morte de madrasta e enteada, IMMU diz que não pode proibir veículos pesados na Rodrigo Otávio

IMMU diz que uma possível restrição de circulação para caminhões na avenida precisa ser estudada; via é o principal acesso ao Distrito Industrial

Após morte de madrasta e enteada, IMMU diz que não pode proibir veículos pesados na Rodrigo Otávio

MANAUS, AM Uma das avenidas mais concorridas e movimentadas da cidade de Manaus, a avenida General Rodrigo Otávio é a principal via de ligação entre as zonas Norte e Leste da cidade e o Distrito Industrial. Devido a isso, a avenida é a principal rota de caminhões e carretas que vão para o Distrito ou que saem dele, em direção ao Aeroporto Internacional Eduardo Gomes. No entanto, sem qualquer restrição de circulação, a avenida acaba sendo também um palco de acidentes.

Infelizmente, com o alto tráfego de caminhões, os acidentes são uma ameaça diária. Foi o caso da manhã desta sexta-feira (27), quando a motorista Suzy Caldas, de apenas 37 anos, teve seu carro imprensado entre dois caminhões, sendo que um deles, o que vinha atrás dela, carregava areia. Com o carro engavetado, Suzy acabou morrendo na hora, junto à enteada, Maria Eduarda Caldas, de 17 anos.

Não são poucas as reclamações, por exemplo, de manobras perigosas feitas por carretas que carregam contêineres ou que invadem a faixa do lado esquerdo, quando a faixa destinada a esses veículos é a da esquerda. Pesa ainda o fato de que não há quaisquer fiscalizações do Instituto Municipal de Mobilidade Urbana (IMMU) na avenida.

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Foto: Reprodução

Restrição de circulação para caminhões

Desde 2013, vigora em Manaus a Zona Máxima de Restrição de Circulação (ZMRC), que restringe a circulação de caminhões de pesos variados na capital. Inicialmente restrita ao Centro da cidade, a partir de 2014, a ZMRC foi ampliada para as avenidas Maceió, Umberto Calderaro Filho, Mário Ypiranga Monteiro, Constantino Nery e Djalma Batista.

Entretanto, de acordo com o IMMU, as avenidas Efigênio Salles (Aleixo e Parque 10), Max Teixeira (Cidade Nova e adjacências) e Rodrigo Otávio não estão inclusas na Zona de Restrição. Nessas vias, segundo a autarquia, a única regra vigente e aplicável aos caminhões é que eles trafeguem na faixa da direita.

“A avenida Rodrigo Otávio é uma das principais vias de ligação para o Distrito Industrial. No momento, não há previsão para a Zona Máxima de Restrição, haja vista que o Distrito precisa dos insumos e matérias-primas para que sejam usadas e aplicadas nas empresas”, diz a nota da autarquia.

De acordo com o diretor de Operações do IMMU, Stanley Ventilari, a avenida ainda é a única rota de saída do Distrito Industrial em direção a outras zonas da cidade, mesmo havendo uma via alternativa, como a avenida Buriti. “Incluir essa avenida na Zona de Restrição de Circulação é uma possibilidade, mas, é algo que ainda precisa ser estudado pelo setor de Engenharia do IMMU”, afirmou.

Vale a pena?

Para o engenheiro de trânsito Augusto Rocha, restringir a circulação da via para caminhões é uma medida extrema e que precisa ser, de fato, estudada. Ele aponta que Manaus é uma cidade industrial, e por isso, a decisão de restringir a circulação parece equivocada.

No entanto, Rocha, que é professor da Faculdade de Tecnologia da Universidade Federal do Amazonas (FT/UFAM), alerta que a tragédia desta sexta-feira poderia ser evitada se houvessem instrumentos auxiliares, como um radar de 40 km/h. Além disso, ele aponta que o mesmo acidente poderia ter acontecido com um veículo pequeno.

“No trânsito, não podemos olhar veículo, e sim condutor. Aquele condutor irresponsável, num carro grande ou pequeno, causaria o acidente. A engenharia deve atuar sobre o projeto da via, de modo a induzir o condutor a dirigir de maneira responsável”, salientou.

Rocha reforça que ações de fiscalização precisam acontecer com urgência, para evitar outras tragédias. “Fiscalização precisa ser feita. É uma obrigação legal, e deve ser realizada tanto nos motoristas como nos veículos, tanto de pequeno como de grande porte. Com condutores responsáveis, não há problemas de veículos”, salientou.

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