Manaus, 2 de maio de 2024
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Manaus, 2 de maio de 2024

Política

Senado cogita aumentar verba para bancar viagens dos parlamentares

Após aumento nas tarifas das passagens aéreas, o Senado Federal brasileiro cogita aumentar a verba para viagens dos parlamentares em ano eleitoral

Senado cogita aumentar verba para bancar viagens dos parlamentares

Foto Agência Senado

Com a alta nos preços dos combustíveis, problema que está afetando todos os brasileiros, o Senado Federal brasileiro cogita aumentar a verba para viagens dos parlamentares em ano eleitoral.

A discussão sobre a possibilidade do aumento na cota iniciou nesse mês, durante reunião da Mesa Diretora. Isso por que as tarifas médias dos bilhetes aéreos subiram cerca de 40% em março, segundo as agências especializadas Kayak e Decolar. Sem alarde, a discussão toma corpo na Casa.

A senadora Kátia Abreu (PP-TO) chegou a se manifestar nas redes sociais por não conseguir desconto em uma passagem de Palmas para Brasília, em que a parlamentar pagou R$ 4.880,46 e, não houve oscilação de preço. Ela julgou a situação como “abuso”.

Foto: Agência Brasil

O Correio Braziliense publicou matéria sobre o assunto, porém, o Senado Federal não especificou os valores cogitados.

Em 2022, o parlamento já gastou R$ 23 milhões com viagens. Não se tem uma previsão para a decisão do aumento, e segundo a Casa “existe um equilíbrio na distribuição das verbas, mas quando há um peso em um elemento necessário para a atuação, pode existir essa distorção”.

A discussão ganha notoriedade quando parlamentares apoiam a decisão no aumento da verba de viagens e outros assumem a posição de que o que deve ser resolvido é o problema nos preços das passagens.

O Portal AM1 entrou em contato com os senadores Plínio Valério e Omar Aziz para saber o posicionamento dos representantes amazonenses na casa, e se esse aumento influenciará no trabalho dos parlamentares, contudo, os dois disseram não ter conhecimento de tal pauta e que tinha acabado de ser informados pela equipe da redação do AM1.

“Não tive conhecimento sobre a reunião do aumento e não vejo necessidade. Por exemplo, gasto no máximo, 50% da verba disponível. Ou seja, é suficiente”, afirmou Plínio Valério à reportagem.

A discussão da verba especial para o ‘patrocínio’ de publicações ganhou o posicionamento contrário dos dois representantes do Amazonas no Senado.

“Não participei da reunião pois não faço parte da mesa, não acho viável o aumento da verba e caso aconteça uma discussão me posicionarei contra”, disse Omar. Os valores praticados não foram discutidos, o que ficaria para uma próxima reunião da Mesa que teria data a definir.

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Foto: Agência Senado

PARLAMENTO CARO

O cientista político, Helso Ribeiro, afirmou que a posição do Senado pode ser rotineira, pois é uma forma comum de algumas frentes políticas aumentarem seus ganhos em cima do respaldo do exercício.

“Não é de hoje que o parlamento brasileiro é caro, quando comparado com países que possuem um IDH bem acima do Brasil. Lá, os parlamentares não tem esses privilégios, a cota para o exercício da atividade parlamentar é alta”, disse o especialista.

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Foto: reprodução

Helso Ribeiro pontuou que da forma como ocorre o processo dessas mudanças e ressaltou que o cidadão paga, inclusive para os políticos aparecerem mais.

“Esse tipo de situação [aumentos] acontecem de maneira rápida e muitas vezes caem no esquecimento da memória coletiva. No final, nós, contribuintes, pagamos isso tudo, e inclusive, pagamos para que eles apareçam mais”, frizou Ribeiro.