MANAUS (AM) Após o depoimento de Fausto Júnior (MDB), na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid-19, nessa terça-feira (29), o deputado Serafim Corrêa (PSB) disse que em nenhum momento foi pedido indiciamento do governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), durante a realização da CPI da Saúde realizada em 2020, na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam).
A fala de Serafim sucedeu nesta quarta-feira (30) e, segundo o parlamentar, essa proposta nunca permeou nas reuniões da CPI. Corrêa era integrante da comissão da CPI na Casa Legislativa e disse entender a pressão a qual Fausto passou durante seu depoimento.
“Entendo a pressão a qual estava submetido o deputado Fausto Jr. Não é fato que ele tenha proposto o indiciamento do governador Wilson Lima ou de qualquer outro governador e nós, demais membros da CPI, tenhamos derrubado em votação. Essa proposta nunca ocorreu e essa votação também não. Quero que isso fique claro, porque se não, amanhã nós seremos os vilões, quando isso não ocorreu”, esclareceu o parlamentar.
Serafim também falou que “não pode assumir ônus de uma coisa que nunca ocorreu”. “Sou contra qualquer ataque ou agressão de um deputado para outro deputado. Não estou aqui ofendendo o deputado Fausto Jr., mas estou reafirmando que essa proposta nunca ocorreu. Entendo que ele [Fausto Jr.], ontem, sob pressão, pancadaria de todo lado, terminou fazendo aquela afirmação, mas que, no último ato, respondendo a uma senadora, terminou dizendo que não tinha proposto”, disse.
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“As redes sociais são implacáveis. Pegaram apenas o trecho em que ele diz que propôs, mas foi voto vencido, e disseminaram isso na mídia. Isso é um torpedo para cima dos deputados Péricles, Wilker, Gomes e para cima de mim. Para repor os fatos, não posso ficar calado diante dessa situação. Nunca foi proposto indiciamento do governador e essa proposta nunca aconteceu”, disse Serafim, afirmando que o pronunciamento de Fausto colocou os demais membros da CPI da Saúde em uma saia justa.
Sem controle
O parlamentar também cobrou o Ministério Público (MP-AM) e o Tribunal de Contas do Amazonas (TCE-AM) e afirma que os dois órgãos nada fizeram após a relatoria final da CPI da Saúde.
“Minha sugestão é reunir um grupo de deputados, visitar o Tribunal de Contas e Ministério Público e pedir o número de ação e do processo. Encaminhamos o relatório da CPI para o Ministério Público e o que foi feito? Qual o procedimento? Abriu o inquérito? Porque isso caminha para um ano. E a sequência? Fizemos o nosso trabalho. A Polícia Federal usou nosso material na Operação Sangria, mas e o Ministério Público?”, concluiu.
Mais contestação
Quem também contestou a fala de Fausto Júnior foi o deputado Delegado Péricles, que presidiu a CPI na ocasião. Durante sua fala na Aleam, nesta quarta-feira, Péricles desmentiu um trecho do depoimento do colega de Parlamento na CPI, sobre o indiciamento dos investigados na CPI do Amazonas.
“Ontem, o deputado Fausto Junior falou algo que não corresponde aos fatos da CPI. Eu, como presidente da CPI, preciso falar o que de fato ocorreu. O deputado até se retratou depois, mais, ainda assim, é necessário contarmos o que de fato correu”, declarou.
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