MANAUS, AM – Em um clima de tensão e polarização, a seccional Amazonas da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-AM) está em pleno processo eleitoral. De um lado, está o advogado experiente Jean Cleuter Simões, apoiado pelo atual presidente, Marco Aurélio Choy; e do outro, o jurista Paulo Maffioletti.
Os dois foram entrevistados pelo Portal Amazonas1 na última segunda-feira (25) e na terça-feira (26).
À reportagem, Jean Cleuter, que é candidato pela Chapa 30, “OAB Unida”, declarou que sempre defendeu uma OAB independente e apartidária. Ele ressaltou que não é filiado a nenhum partido político, e que o advogado é um eleitor que, de fato, avalia as propostas e a vida dos candidatos.
Simões ainda disse que “não é hora de fazer política de divisão, e sim de união”.
“Quando eu tive covid-19, comecei a refletir sobre a OAB, e percebi que o país está polarizado, e que o momento não é para isso. Disputei as eleições em anos anteriores com dois grupos apaixonados pela Ordem, e pensei que seria melhor unir os dois grupos para servir à categoria”, apontou.
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Já Maffioletti está na sua primeira eleição para a entidade. Candidato pela Chapa 10, “Ordem Para a Advocacia”, o advogado disse que há dois grupos hegemônicos que comandam a OAB-AM, e que seu objetivo é que a eleição seja democrática.
Ele salientou que seu objetivo original não era concorrer à presidência da Ordem, mas que decidiu isso após descobrir que não havia a “publicidade devida” do edital eleitoral.
“Nós queríamos conhecer os parâmetros para a disputa das eleições, e quando vimos o edital, decidimos concorrer”, afirmou Maffioletti, assumidamente de direita. Segundo ele, foram apenas três dias para montar a chapa, e que a inscrição foi feita faltando apenas 15 minutos para o prazo encerrar.
“Nós corremos contra o tempo, buscamos apoio dos demais colegas, e conseguimos formar a chapa, que é a oposição aos dois grupos hegemônicos que comandam a Ordem hoje”.
Eleições e cotas
Maffioletti ainda desmentiu acusações de que seria contra o sistema de cotas da OAB e que teria sido racista ao comentar os requisitos para a eleição da OAB. Durante a entrevista, ele exibiu sua autodeclaração de negro.
Segundo ele, sua fala foi tirada de contexto, e o comentário foi feito enquanto ele destrinchava os requisitos para a chapa se candidatar à diretoria da Ordem.
“Lemos o edital, destrinchamos para cumprir os requisitos editalícios, e chegamos às cotas. Ligamos para muitos colegas para pedir que eles entrassem na nossa chapa, incluindo mulheres e pessoas negras. De fato, falamos sobre a questão das cotas, mas a risada na fala não foi de deboche, mas sim de nervosismo. Além disso, eu, Paulo Maffioletti, sou negro nos termos da lei, e o edital me dá esse direito, e ninguém vai poder me contestar”, salientou.
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