Manaus, 3 de maio de 2024
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Cenário

Temendo ser preso, Givancir aceitou reajuste menor que o proposto há 5 dias

Temendo ser preso, Givancir aceitou reajuste menor que o proposto há 5 dias

Presidente do Sindicato dos Rodoviários do AM- (Foto: Divulgação)

Temendo ser preso pela Polícia Federal (PF) por descumprir sucessivas decisões da Justiça do Trabalho, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores de Transporte Rodoviário de Manaus (STTRM), Givancir Oliveira, acabou aceitando um reajuste para sua categoria menor do que o proposto há cinco dias.

Presidente do Sindicato dos Rodoviários mostrou falta de habilidade nas negociações pelos direitos trabalhistas (Reprodução/Internet)

No dia 30 de maio, a Prefeitura de Manaus conseguiu intermediar junto ao Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Amazonas (Sinetram) um aumento para os funcionários do transporte coletivo de 6,5%, que foi aceito pelos empresários do sistema, conforme divulgado pela imprensa.

Ontem, 4 de junho, Givancir Oliveira acatou um reajuste de 5,5% para sua categoria, isto é, 1% a menos que o aprovado entre a prefeitura e o Sinetram. A definição do percentual de aumento dos funcionários de ônibus ocorreu durante a reunião com o Ministério Público do Trabalho, a Polícia Federal, a Procuradoria do Município de Manaus, e outros órgãos.

Em entrevistas aos jornalistas, o presidente do Sindicato dos Rodoviários  atacou a imprensa e alegou que estava se sentindo “obrigado” a aceitar a negociação, mas foi enquadrado pelo procurador do Trabalho, Jorsinei do Nascimento.

“Não estou arrependido do que fiz, se tiver que fazer de novo, irei fazer. Mas nesse momento, a greve está suspensa. Diante do cenário geral, a imprensa não ajuda, ninguém ajuda, fomos obrigados a aceitar esse acordo. Diante de tudo o que está acontecendo, foi um avanço”, se justificou Givancir Oliveira, sendo confrontado pelo procurador Jorsinei.

“O acordo foi firmado perante o Ministério Público do Trabalho e o acordo não foi imposto a ninguém. As próprias partes chegaram a esse acordo. Então, o acordo não é obrigatório, as próprias partes fecharam esse acordo. Considerando as falas do presidente do sindicato (dos Rodoviários), ninguém foi obrigado a assinar nada. As pessoas assinaram aqui por conta de sua própria vontade, tanto o presidente do Sindicato dos Rodoviários, quanto do Sinetram. Só para deixar claro que não foi imposto a ninguém a assinatura deste documento”, finalizou o procurador.

Desequilíbrio, destempero e medo

Além de mostrar destempero e falta de equilíbrio nas negociações  com os membros do Ministério Público do Trabalho e representantes das empresas de ônibus, Givancir Oliveira demonstrou medo de ser preso pelos agentes da Polícia Federal que estavam presentes, na reunião.

Após ver os agentes no local, o sindicalista saiu no meio da conversa alegando que estava se sentindo “intimidado” pela PF, sendo convocado pelos membros do Ministério Público a retornar para finalizar as negociações e com isso garantir as reivindicações dos trabalhadores do transporte coletivo.

Givancir Oliveira desobedeceu pelo menos cinco decisões judiciais e conduziu, nos bastidores, a paralisação dos motoristas de ônibus durante a manhã de ontem, mesmo estando em negociação aberta e vantajosa com o Sinetram. Se as autoridades presentes na reunião de ontem quisesse, elas estavam respaldadas a dar “voz de prisão” ao sindicalista.

Ata das negociações com os rodoviários

MPT – Ata

Interesse pessoal ou partidário

Diante de suas atitudes suspeitas que aparentemente visam interesses pessoais em detrimento dos interesses dos trabalhadores, o Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) determinou à Polícia Civil que abra uma investigação contra Givancir Oliveira e toda a diretoria do Sindicato dos Trabalhadores de Transporte Rodoviário de Manaus.

Givancir Oliveira é irmão do vereador Josildo dos Rodoviários (PCdoB), parlamentar que faz oposição à Prefeitura de Manaus e, segundo comunistas, ele é pré-candidato a deputado estadual nas eleições deste ano.

Veja o vídeo da entrevista