Manaus, 18 de abril de 2024
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Cidades

TikTok, o aplicativo que conquistou o Amazonas

Com a chegada da Covid-19 e do isolamento social, a plataforma ganhou público no Amazonas

TikTok, o aplicativo que conquistou o Amazonas

Foto: Ilustração

MANAUS, AM – Febre que conquistou o mundo, o TikTok  tem sido um dos aplicativos mais usados entre os jovens e adultos. No Brasil, segundo estudo on-line feito pela Ipsos (Estudo de Mercado), 95% dos consumidores brasileiros conhecem a plataforma. E, no Amazonas, não seria diferente. Muitas pessoas estão no app, seja para criar conteúdo ou apenas se divertir assistindo aos vídeos.

O TikTok é um aplicativo que surgiu em 2014, porém, seu nome era Musical.ly e foi desenvolvido por uma empresa chinesa. Em 2017, a empresa foi vendida para a ByteDance (empresa de tecnologia chinesa) e lá, deixou de ser Musical.ly e se tornou TikTok.

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Com a chegada da Covid-19 e do isolamento social, a plataforma ganhou notório público no Amazonas. Para interagir e tentar não pensar tanto na pandemia, muitos manauaras migraram para o aplicativo.

A febre que entrou na rotina dos manauaras

Foto: Reprodução Instagram

Quando se fala em TikTok muitos nomes de influencers vêm à mente. Muitos brasileiros ficaram conhecidos pelas dancinhas, dublagens, vídeos engraçados e até por conteúdos mais sérios. Em Manaus, alguns influencers regionais decidiram migrar para a plataforma.

É o caso da Anny Bergatin, mais conhecida como ‘Ruivinha de Marte’. A humorista decidiu entrar para o time TikTokers logo que ele começou a ficar conhecido em Manaus e, hoje, ela tem, apenas no aplicativo, mais de 1,1 milhão de seguidores.

Apesar de ter viralizado na internet ano passado durante a pandemia, a Ruivinha de Marte estava no TikTok desde 2018, mas a humorista conquistou os  manauaras com o vídeo duetado com o influencer Mario Jorge.

“O vídeo que me deixou famoso foi o ‘Roi Letícia’ duetado com Mario Jorge (tiktoker). Ele fazia o garoto romântico e eu transformei isso para o humor amazonense, ficou muito engraçado e eu acabei viralizando no Tiktok e em seguida no Facebook”, contou a Ruivinha.

Apesar do TikTok ainda não monetizar os brasileiros, a influencer disse que com o aplicativo e um bom publico, ela irá conseguir bons trabalhos usando a plataforma.

1,1 milhão de seguidores é um pouco assustador para Anny. Ela disse que é um pouco difícil lidar com os comentários dos haters, mas ela segue firme com seus conteúdos.

“Dá um ‘medinho’ de postar qualquer coisa e alguém criticar. Eu não sou tão boa em lidar com haters porque são comentários extremamente pesados que se for ‘levar para a cabeça’ a pessoa vai ficar louca. Tudo que a gente escolhe na vida tem um lado bom e um lado ruim”, contou. (sic)

Para ela essa situação é consequência da profissão, mas apesar dessa situação, a humorista ama o que faz e pretende levar mais alegria para seus fãs.

@ruivinhademarte

Comente se você conseguiu hahaha #fy #fyp #manaus #amazonas

♬ som original – Ruivinha de Marte

Manauara e o TikTok

Enquanto a Ruivinha produz, alguns usuários preferem assistir. É o caso da Luana Karolyne Ferreira, a manauara contou que baixou o aplicativo no começo da pandemia por influência de sua irmãzinha e que, no início, postava mais vídeos, mas agora prefere assistir.

“Instalei o TikTok quando entramos em quarentena, quem usava muito antes era minha irmã, daí, [sic] quando começou a pandemia, eu acabei instalando. Naquela época, eu era mais viciada, tanto que além de assistir vídeos eu ainda gravava pra [sic]  postar. Hoje em dia, eu entro quase todos os dias no app, mas não com a mesma frequência de antes, vejo alguns vídeos e saio”, contou Luana.

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Ela também revelou que aqui de Manaus, quem acompanha no app são as suas amigas, mas que é apaixonada pelos conteúdos que a tiktoker “Mab” (@mab_horse) posta.

“Ela é engraçada e tem um vídeo que eu sei as falas decoradinhas”, falou Luana.

Ao contrário de Luana, Maria de Lourdes, 21, adora postar vídeos na plataforma.

“O que gosto de fazer são challenges de maquiagem e dublar áudios engraçados”, falou Maria.

Ela também disse que começou a usar o app quando ele ainda era o Musical.ly, em 2016.

“Comecei a usar em 2016, quando ainda nem era TikTok. O nome era Musical.ly e como era bem conhecido na época, eu baixei por curiosidade pra ver como funcionava, mas até então, não tinha postado nenhum vídeo e nem era tão estourado como agora”, contou a tiktoker.

Maria revelou que sonha em transformar esse passatempo em uma forma de gerar renda, mas que ainda não se sente segura o suficiente para começar.

“Sempre acabo me desmotivando e achando que não vai dar em nada. É uma coisa que eu preciso trabalhar em mim, desde agora, mas vontade não falta, é meu sonho!”.

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Com quase três mil seguidores na plataforma, Geice Braga contou ao Portal AM1 que aderiu ao TikTok no ano passado, mas que apenas este ano decidiu começar a postar vídeos e acabou se assustando com a repercussão de algumas publicações.

“Eu nunca tinha alcançado esse número na Internet, nem em TikTok, em nenhuma rede social, e foi de uma hora pra [sic] outra, então fiquei assustada!”, disse a usuária.

O vídeo mais visto, comentado e curtido de Geice, é o que ela cita bares para o público LGBT de Manaus. A postagem tem mais de 36 mil visualizações.

https://www.tiktok.com/@geicebraga/video/6946745985880100102?_d=secCgYIASAHKAESMgowdtVrarr9I1YSG%2FeBSZAIomGY3dxA20Hx7ZPCU7H1gZMqoUlr%2BSylIl4qA4MB3JdkGgA%3D&language=pt&preview_pb=0&sec_user_id=MS4wLjABAAAAp_hS6H62G4Z4bVOe3EHanZ_oxI4eaTHKOCNQ-l6jfKkS1BSVkQsPODYEo64-UTCf&share_app_id=1233&share_item_id=6946745985880100102&share_link_id=41a26390-7f4d-4b79-aa66-59792b0ce403&source=h5_m&timestamp=1618849910&u_code=db43dj96ed08e4&user_id=6797494027010311173&utm_campaign=client_share&utm_medium=android&utm_source=copy&_r=1&is_copy_url=0&is_from_webapp=v1&lang=pt-BR&sender_device=pc&sender_web_id=6951393394095064581

Ao contrário de Maria que sonha virar uma criadora de conteúdo, Geice usa o aplicativo apenas pelo lazer.

“É mais um hobby, eu estou sem nada para fazer e acabo gravando um vídeo, mas não é algo que eu queira transformar em ‘profissão'”, informou Geice Braga.

Outra usuária que também ama postar vídeos na plataforma é a professora Adria Raíza de Assis, 22; a TikToker tem mais de 37 mil seguidores.

“Comecei a publicar vídeos primeiro somente no privado, só pra [sic] brincar mesmo, então, somente eu via e depois eu comecei a enviar para os meus amigos. Quando entramos na pandemia, gravar foi uma forma de eu me distrair e me divertir, foi aí que eu comecei a postar para que outras pessoas pudessem ver”, contou.

Adria contou que seu primeiro vídeo que “viralizou” foi o “Coisas que eu falo e ninguém acredita”, ela disse que chegou a atingir 909 mil visualizações, mas  disse que a postagem que ela ganhou mais likes e visualizações foi o “Se isso é estar na pior”, que atingiu mais de 1 milhão de views.

@adriassiss

♬ som original – adria

Com uma boa quantidade de seguidores e visualizações, Adria disse que chegou a cogitar tentar transformar seu hobby em profissão, mas acabou desistindo.

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“Já pensei, mas não é algo que eu quero levar, tenho uma profissão sólida e tenho os meus vídeos e produções apenas como hobby”, falou a professora.

Tudo em excesso é prejudicial

“Tudo que é em excesso, a cobrança vem!”, alertou a psicóloga Francilane Mendes.

A profissional fez uma análise a partir da atual situação que o Brasil se encontra com a pandemia, isolamento social e com as redes sociais, em especial o TikTok.

“O excesso de informações, de conteúdo emocional muito impactante pode também gerar, depois do prazer e sensação de bem-estar, ansiedade, porque mexe diretamente com as nossas emoções.  Ficamos em uma situação onde a gente não consegue mais ficar sem estar em uma interação virtual”, informou Francilane.

Francilane diz que ter essa necessidade de interação virtual pode causar insônia, agitação e até mesmo alterações de humor. Interação na web é saudável, entretanto, a profissional frisou que, se for em excesso, pode fazer mal.

“No caso do TikTok, é uma interação de emoções, colocando ali o que você está passando sem precisar sair de casa. O interesse nesse aplicativo que se tornou uma febre, se tornou uma necessidade de ‘hoje eu vou fazer um vídeo’, ‘hoje eu vou procurar um assunto novo’ e é por isso que se tornou uma febre”.

Estar on-line é bom, mas a profissional alerta para a necessidade de desintoxicação. Ter um equilíbrio para que não se torne um vício.

Estamos na era digital, estar conectado se tornou parte do cotidiano, mas é primordial buscar sempre interagir com as pessoas fora das redes sociais. Seja praticando um esporte, fazendo artes, meditando e até mesmo fazendo terapia.

“Fazer coisas simples da vida como: caminhar, pegar um sol, interagir com amigos, tirar um tempo para você e se autoconhecer. O autoconhecimento nos leva ao equilíbrio, saber a hora de parar é importante!”, destacou Francilane.