Há aproximadamente três semanas, a trabalhadora informal Maria de Nazaré, de 59 anos, se cadastrou para receber o auxílio emergencial cedido pelo Governo Federal durante a pandemia do novo coronavírus.
No entanto, Nazaré, que trabalha como cozinheira em Manaus, não tem carteira assinada e só recebe quando faz algum serviço, teve o auxílio negado.
Ela conta que é a única pessoa da família que trabalha, e se vê obrigada a correr riscos para garantir o sustento da família.
“Eu preciso desse auxílio porque eu tô trabalhando, mas eu trabalho com medo. Se eu recebesse esse auxílio eu iria fazer um rancho grande pra minha casa e ficar dentro da minha casa, com meus netos, com meus filhos”, disse.
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Nazaré é uma, entre milhões de brasileiros que mesmo se encaixando nos requisitos para receber o benefício, ainda não tiveram a aprovação da Caixa Econômica Federal.
Segundo o banco, cerca de 12 milhões de brasileiros com ‘dados inconclusivos’ precisaram refazer o cadastro e ainda aguardam para receber.
Outro exemplo é o do pedreiro Dorivan Cavalcante, de 49 anos, que mora no município de Tefé ( a 522 quilômetros de Manaus).
Há um mês ele fez o cadastro na expectativa de receber o auxílio, que lhe foi negado.
“Necessito muito do auxílio para comprar comida e pagar as contas, porque até minha mulher está sem trabalho, ela só faz uns bicos”, contou.
Atrasos
A paralisação da economia, gerada pela pandemia do novo coronavírus, fez com que o Governo Federal criasse o auxílio emergencial para ajudar os trabalhadores informais, todavia, tanto o preenchimento eletrônico dos cadastros como a análise e os pagamentos estão sofrendo grandes atrasos.
O primeiro problema apontado pelos beneficiários, logo no início dos pagamentos, foi a dificuldade para acessar o aplicativo ‘Caixa Tem’, que segundo a Caixa ficou congestionado pelo grande número de acessos.
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Beneficiários do auxílio emergencial têm dificuldades de acesso
Em seguida, vieram outras reclamações como o auxílio negado, mesmo preenchendo os requisitos e o atraso na resposta, pois muitos ainda estão em análise.
Além disso, há a demora da liberação da segunda parcela, antes prevista para os dias 27 e 30 de abril.
Duas semanas após o prazo original, o governo ainda não divulgou um novo calendário de pagamento.
Por isso, nesta segunda-feira, 11, a comissão mista que acompanha as ações relacionadas a covid-19 vai ouvir o presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, sobre as providências que a instituição está tomando.
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