Manaus, 3 de maio de 2024
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Manaus, 3 de maio de 2024

Cidades

Trabalhadores informais são maioria na Feira Manaus Moderna

O trabalhador por conta própria sem CNPJ é a categoria que concentra a maior quantidade de trabalhadores informais, cerca de 533 mil

Trabalhadores informais são maioria na Feira Manaus Moderna

Manaus Moderna (Foto: Del Lima- PORTAL AM1)

Manaus (AM) – Em busca de uma vida melhor, Nilson Ferreira, saiu do município de Fonte Boa há 20 anos com destino à capital amazonense em busca de uma vida melhor e encontrou na Feira Manaus Moderna como carregador uma oportunidade de renda para se manter e sustentar a família.

(Foto: Del Lima/AM1)

Agora, com 71 anos, o idoso que já não carrega mais a carga que chega nas balsas disse que como carregador conseguiu com que suas duas filhas pudessem ir para a faculdade e que por passar da idade já não consegue mais emprego em nenhum lugar.

De 2020 a 2022, a taxa de informalidade no estado se manteve na média de 58%, com poucas variações.

Taxa de informalidade no Amazonas

  • 4º trimestre de 2020 = 58,9%
  • 4º trimestre de 2021= 58,7%
  • 4º trimestre de 2022= 58,1%

Os dados também mostram que o Amazonas tem uma das maiores taxas de trabalhadores por conta própria, com 31%, enquanto a média do país é de 25,6%.

O trabalhador por conta própria sem CNPJ é a categoria que concentra a maior quantidade de trabalhadores informais, cerca de 533 mil, no Amazonas.

Entre os trabalhadores informais estão os carregadores que ficam nas balsas no porto, como Rodrigo Seabra, que devido à falta de estudos já trabalha há alguns anos no local e este ano também trouxe o filho para trabalhar como carregador.

“Eu trabalho aqui na Manaus Moderna já faz 17 anos e é daqui que eu tiro o sustento da minha família, por que emprego tá difícil né? Então eu trouxe o meu filho para trabalhar aqui também e ele já tá acostumando (sic) e assim vai, enquanto não tiver um emprego bom”, disse.

Rodrigo Seabra trabalha como carregador há 17 anos (Foto: Del Lima/AM1)

Todos os dias, pai e filho trabalham lado a lado usando um tipo de boné com gesso e uma fita chamada riata, que com ela, é possível carregar mais sacas de frutas ou verduras e levá-las diretamente para as bancas de vendas.

Pai e filho durante um dia comum de trabalho (Foto: Del Lima/AM1)

Conforme Joali Oliveira, procuradora do Ministério Público do Trabalho, existe a preocupação com a informalidade no trabalho e principalmente a falta de contribuição a Previdência Social, que acaba não sendo realizada pelo fato da baixa renda e com isso o trabalhador não tem direito sobre os benefícios como auxílio-doença, férias, abono salarial entre outros.

Por isso, vale lembrar que o trabalhador informal não tem nenhum amparo pela lei, por isso, ele só terá vantagens se trabalhar com carteira assinada ou como microempreendedor. Nessa modalidade, quem paga MEI tem direito a auxílio-doença, aposentadoria por idade ou por invalidez, salário-maternidade, pensão por morte e auxílio-reclusão. A única taxa para recolhimento é a DAS, paga mensalmente dentro do Portal do Empreendedor.

Veja a reportagem:

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