Manaus, 1 de maio de 2024
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Política

TSE solicita que Jovem Pan conceda direito de resposta a Lula; emissora classifica como censura

Em seu editorial, a emissora repudiou as decisões do TSE e classificou-os como censura

TSE solicita que Jovem Pan conceda direito de resposta a Lula; emissora classifica como censura

(Foto: Divulgação Jovem Pan)

São Paulo O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) determinou que o grupo Jovem Pan conceda direito de resposta ao candidato e ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

O pedido solicita três direitos de respostas ao petista após comentaristas da emissora terem proferido falas de conteúdo ofensivo e divulgado informações retiradas de contexto desfavorecendo o ex-presidente.

A decisão determina, ainda, que os jornalistas não podem falar sobre o assunto, sob pena de multa diária para o canal e para os jornalistas de R$ 25 mil.

Em nota, o TSE afirma que “não há outra forma de encarar a questão: a Jovem Pan está, desde a segunda-feira (17), sob censura instituída pelo Tribunal Superior Eleitoral. Não podemos, em nossa programação — no rádio, na TV e nas plataformas digitais —, falar sobre os fatos envolvendo a condenação do candidato petista Luiz Inácio Lula da Silva. Não importa o contexto, a determinação do Tribunal é para que esses assuntos não sejam tratados na programação jornalística da emissora. Censura”, continua o texto divulgado pelo TSE.

Em editorial, a emissora repudiou as decisões impostas pelo TSE, classificando como censura: “A Jovem Pan, com 80 anos de história na vida e no jornalismo brasileiro, sempre se pautou em defesa das liberdades de expressão e de imprensa, promovendo o livre debate de ideias entre seus contratados e convidados em todos os programas da emissora no rádio, na TV e em suas plataformas da internet. Os princípios básicos do Estado Democrático de Direito sempre nos nortearam na nossa luta e na contribuição, como veículo de comunicação, para a construção e a manutenção da sagrada democracia brasileira”.

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Veículos de comunicação e entidades da imprensa se manifestaram a favor da emissora. A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) destacou ser contra a situação vivida pela Jovem Pan por meio de nota veiculada.

“Considera preocupante a escalada de decisões judiciais que interferem na programação das emissoras, com o cerceamento da livre circulação de conteúdos jornalísticos, ideias e opiniões”.