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Manaus, 19 de abril de 2024

Cidades

Veja as chacinas mais sangrentas que ocorreram no Amazonas

O Portal AM1 relembrou os casos mais marcantes de chacinas que ocorreram nos últimos anos no Amazonas

Veja as chacinas mais sangrentas que ocorreram no Amazonas

Foto: Divulgação

MANAUS, AM – Na última quinta-feira (29), policiais militares encontraram uma chacina em Itacoatiara, distante 176 quilômetros de Manaus. Foram quatro corpos encontrados em uma cova. Três vítimas estavam com sinais de tortura, o outro corpo encontrado estava esquartejado e degolado. Essa não foi a primeira chacina que ocorreu no Amazonas e, com o avanço do tráfico de drogas em Manaus, cenas como essas podem se tornar comuns no dia a dia do manauara.

O Portal AM1 relembrou os casos mais marcantes de chacinas que ocorreram nos últimos anos no Amazonas.

Chacina do Compaj

Uma rebelião no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj) resultou na morte de 56 detentos, além da fuga de 130. O cenário ocorreu em janeiro de 2017 devido a uma guerra entre facções em Manaus, além de um protesto contra a superlotação no presídio.

A chacina começou após membros da Família do Norte (FDN) renderem agentes policiais e iniciarem uma troca de tiros dentro da unidade prisional. Eles invadiram o lado que era ocupado pelos integrantes do Primeiro Comando da Capital (PCC) e executaram os presidiários.

Foto: Divulgação / TJAM

O caso que aconteceu em janeiro de 2017 é considerado a maior chacina do Amazonas no sistema prisional. A rebelião teve duração de mais de 17 horas, tendo como maioria dos mortos detentos cumprindo pena por estupro.

“Nós tivemos a noite mais sangrenta da história do Estado nos presídios. Eu e o juiz Valois negociamos. Eles pediram a presença da imprensa na madrugada, mas não havia ninguém. Doze carcereiros foram feitos reféns e pediram coisas que não julgamos absurdas, como garantir a integridade deles, por isso, o juiz assinou com eles”, explicou o presidente de comissão da OAB-AM na época.

Chacina em campo de futebol

Seis pessoas foram mortas em dezembro de 2017 após serem atingidas por tiros em um campo de futebol, dentro do Centro Social Urbano, bairro Compensa 2, na Zona Oeste de Manaus. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM), um grupo efetuou disparos de fuzil em direção ao campo, onde ocorria um treino entre jogadores do T5 Jamaica e Compensão, time fundado pelo traficante da FDN, Zé Roberto.

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Duas vítimas morreram no local, outras quatro chegaram a ser encaminhadas para unidades de saúde de Manaus, mas não resistiram aos ferimentos.

“Foi especificamente voltado contra um time de futebol da área da Compensa, que possivelmente tem envolvimento com o crime. É o que se tem notícia. Algumas das pessoas que vieram a óbito eram envolvidas com tráfico de drogas”, disse o titular da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), Juan Valério, na época.

Mortes ‘planejadas’ pela polícia

O Ministério Público do Amazonas afirmou que uma chacina que matou 17 pessoas, em outubro de 2019, em Manaus, foi orquestrada pela polícia. O crime ocorreu na zona sul da capital e, de primeiro momento, foi relatada como um confronto entre traficantes e agentes policiais. Em relatório, o órgão aponta que houve uma intervenção policial com indícios de homicídio doloso – quando há intenção de matar.

De acordo com o laudo apresentado pelo Instituto Médico Legal (IML), nove pessoas morreram com dois disparos, outras quatro foram assassinadas com apenas um tiro; as outras vítimas morreram com três disparos. Uma das pessoas foi alvejada quatro vezes pelos policiais.

Em nota, a Polícia Militar do Amazonas informou que aguarda a conclusão dos trabalhos do Ministério Público.

Carandiru: a mais famosa do Brasil

A chacina mais conhecida no Brasil é a do presídio do Carandiru. Tudo começou com uma partida de futebol entre detentos, o que ocasionou em uma briga entre dois integrantes de facções rivais. A discussão se alastrou e gerou uma rebelião entre os presos. Com isso, cerca de 300 policiais foram autorizados a entrar no local para controlar a briga.

O controle ocasionou a morte de 111 detentos dentro da prisão. A polícia de São Paulo afirma que a rebelião estava fora de controle e sem chances para negociações. Em razão disso, foi necessário o reforço de mais policiais no prédio. Os agentes contam que a polícia iria invadir o presídio com um número reduzido, mas não foi possível, por conta da gravidade do problema.

Foto: Reprodução

Apesar da versão da polícia, os presos sobreviventes contam outra história. De acordo com eles, no dia em que ocorreu o massacre, foi realizada uma negociação com o diretor da penitenciária para o fim da rebelião. Segundo eles, também foram entregues as armas que estavam com os detentos, além dos agentes pedirem para que eles permanecessem nas celas. No entanto, os policiais invadiram o prédio já atirando.

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Os detentos também relatam a quantidade de corpos que foram executados naquele dia. Além de presenciarem o crime, eles tiveram que arrastar os corpos para um pavilhão e empilhar todos eles.

A perícia comprova a versão dos presos. O laudo aponta que não houve sinais de conflito, pois, em investigações, o número de tiros encontrados no tórax e na cabeça, além das marcas de sangue nas celas, confirmam que os policiais chegaram no prédio atirando contra os detentos. A investigação também afirma que a cena do crime foi alterada pela polícia, que também tentou prejudicar o trabalho da perícia.