Manaus, 18 de junho de 2024
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Cenário

Vereadores questionam reforma milionária após ‘chover’ dentro da CMM: ‘muito estranho’

Amom solicitou esclarecimentos ao presidente da Casa, David Reis, que respondeu, mas sem detalhes; Rodrigo Guedes afirmou que Reis inventa despesas para gastar apenas por gastar

Vereadores questionam reforma milionária após ‘chover’ dentro da CMM: ‘muito estranho’

Foto: reprodução

Manaus/AM – Os vereadores Rodrigo Guedes (PSC) e Amom Mandel (sem partido) criticaram, nesta quarta-feira (23), a obra milionária que visava consertar o telhado da Câmara Municipal de Manaus (CMM), mas que, pelo visto, não solucionou o problema de goteiras. Isso porque, com a forte chuva de hoje, pingos de água caíram pelo teto do plenário na área onde fica localizada a Mesa Diretora.

De acordo com Mandel, ele solicitou ao presidente David Reis (Avante) informações sobre as obras, porém, o parlamentar não deu detalhes. Amom também solicitou que sua equipe verifique o edital do projeto de reforma.

“Eu solicitei, prontamente, da nossa equipe, que verifique tanto o edital que falava em manutenção e não em criação de telhado, né, que são coisas distintas, quanto as informações dos órgãos de controle. Nós estamos no aguardo de resposta dos respectivos órgãos. Segundo o presidente, a obra continua em andamento. Eu também tinha entendido e ele também tinha dado a entender, no ano passado, que a obra seria concluída, mas aparentemente não foi, segundo o próprio presidente aqui no plenário”, disse.

Leia mais: Após reforma de R$ 1,6 milhão, telhado do plenário da CMM apresenta goteiras

Já o vereador Rodrigo Guedes afirmou que é muito estranho a obra ter custado R$ 1,6 milhão e já aparecerem problemas. Ele revelou, ainda, que um aparelho de ar-condicionado de seu gabinete foi trocado por outro sem qualquer necessidade. Segundo ele, o presidente David Reis gasta por gastar os recursos da Câmara para não ter que devolvê-los à prefeitura.

“É muito estranho, né, um valor tão alto! R$ 1,6 milhão para reforma do telhado e aparecem esses problemas. Primeiro que era duvidoso, por exemplo, na minha sala, infelizmente, não consegui me atentar na hora, trocaram um ar-condicionado que estava funcionando perfeitamente, ar-condicionado bom. Inclusive, funcionava de uma forma que não tinha nenhuma reclamação e aí trocaram. Agora essa reforma de telhado, que a gente já vê, em menos de um mês, esses problemas aparecendo”, disse Guedes.

“Tem orçamento, que é da Câmara, o dinheiro é público, mas o orçamento é da Câmara, fica gastando por gastar, inclusive, casos suspeitos e duvidosos: teve o caso do açúcar, que provavelmente foi superfaturado; o puxadinho, que a gente conseguiu derrubar; aluguel de carro guincho, caminhão. Se as atividades da Câmara são todas aqui, para que esse tipo de gasto? Contratação de R$ 3 milhões para o sistema de transmissão das sessões; contratações caríssimas para vigilância. Enfim, toda hora ficam inventando gasto, única e exclusivamente para não devolver dinheiro para a prefeitura, para não permitir que o dinheiro saia daqui e seja utilizado em algo que de fato seja útil para a população”, continua.

Goteira

A goteira apareceu no início da sessão desta quarta, no momento em que chovia forte na capital. Pelas imagens registradas, é possível ver dois funcionários da Casa Legislativa olhando para cima, preocupados. A água chegou a atingir uma televisão e uma câmera robótica, que ficam no plenário. Por conta disso, um dos funcionários precisou cobrir os equipamentos com sacos plásticos, que parecem ser sacos de lixo preto.

A reforma

A reforma que custou R$ 1,6 milhão foi realizada em novembro de 2021, após autorização de David Reis. As obras foram necessárias em razão de outro caso em que uma forte chuva causou alagamento no local.

O serviço de revitalização foi realizado pela empresa Vale do Rio Verde Construções EIRELI. A contratação foi divulgada no dia 18 de novembro de 2021 e foi realizada com dispensa de licitação, com a justificativa de que a reforma era de emergência.

A contratação milionária foi denunciada pelos vereadores Rodrigo Guedes e Amom Mandel, que alegaram falta de transparência e questionaram o valor da obra.

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