Manaus, 6 de maio de 2024
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Manaus, 6 de maio de 2024

Cidades

70% dos focos de queimadas são em terrenos e quintais, diz Governo do AM

De acordo com o secretário de Meio Ambiente, Eduardo Taveira, menos de 30% dos focos de queimadas são em áreas de floresta.

70% dos focos de queimadas são em terrenos e quintais, diz Governo do AM

(Foto: Artur Castro / Secom)

Manaus (AM) – As imagens de satélites apontam que a fumaça que encobriu Manaus, nessa quarta-feira (20), teve origem nos municípios de Autazes, Careiro e Iranduba, somado à influência dos ventos trazidos pelo Atlântico Sul, o que é um evento anormal para a Amazônia. A Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) esclareceu que 70% dos focos de queimadas são em terrenos e quintais.

Desde o início do verão amazônico, o Corpo de Bombeiros Militar do Amazonas (CBMAM) teve um aumento expressivo de atendimento de ocorrências de incêndio, que impactam no acúmulo de fumaça nos centros urbanos. Entre 12 de julho e 17 de setembro, foram atendidas 1.193 ocorrências de incêndio, sendo 473 destes casos na capital.

O secretário de Meio Ambiente, Eduardo Taveira, explica que a origem da fumaça que encobriu Manaus é da Região Metropolitana de Manaus.

“A principal origem dessas fumaças que se concentraram em Manaus foi oriunda da região metropolitana, sendo que a maioria delas é de áreas de várzea, e essas áreas estão experimentando, atualmente, com a descida dos rios e essa seca que temos monitorado, uma característica de pegar fogo nessas vegetações. E o fogo é de maneira quase espontânea com caco de vidro, alguém que joga uma cinza de cigarro, ou alguma coisa que potencializa nesse período extremamente seco”, explicou o secretário de estado do meio ambiente, Eduardo Taveira.

El Niño

O aquecimento no Oceano Pacífico provoca o El Niño, evento climático que desloca as massas de ar quente e inibe a formação de chuva na região. No entanto, está ocorrendo, ao mesmo tempo, um superaquecimento do Oceano Atlântico. Esses dois eventos, ocorrendo ao mesmo tempo, reduzem o fluxo de ventos que vêm do Oceano Atlântico norte (de onde provêm nossos ventos predominantes), e aumentam o fluxo do Atlântico sul.

Isso significa que os ventos na Região Metropolitana de Manaus estão sendo trazidos do sudeste do estado, área com maior quantidade de focos de calor e queimadas. Eduardo Taveira destaca os esforços do Governo do Estado tanto no monitoramento quanto no combate às queimadas.

Redução de queimadas

“O nosso estado reduziu em mais de 60% o desmatamento, e mesmo com esses fatores de agora conseguiu reduzir também em 20%, se comparado com o mesmo período do ano passado, as queimadas. Liberamos para a contratação, em 10 municípios prioritários, cerca de 17 brigadistas para ajudarem as prefeituras nesse combate direto aos incêndios”.

O secretário ainda pontuou que, atualmente, menos de 30% dos focos de queimadas no estado são em floresta, e que 70% predominam em áreas consolidadas, como terrenos e quintais. Ele fez um apelo para que a população encontre alternativas para a limpeza desses locais.

“É importante que as pessoas não usem o fogo para limpar os seus quintais e terrenos, mas que usem alternativas. Isso é um compromisso que todos nós devemos ter porque esse problema climático pelo qual estamos passando no Brasil e no mundo afeta todos nós, e só vamos conseguir vencer e superar esse momento difícil, se tivermos a consciência de que são necessários novos modelos de organização e limpeza de terrenos”.

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