A comemoração dos dia das mães será diferente este ano: não terá beijos, abraços, almoço e reunião das famílias, o encontro será virtual.
Com o aumento de casos Covid-19 no Amazonas, muitas famílias estão seguindo à risca o isolamento social e não se encontrarão no Dia das Mães.
Natália Andrade, 34 anos, e suas irmãs Diane, 39, e Luciana, 35, irão celebrar a data usando videoconferência e um café da manhã especial para a mãe delas.
“Antes da pandemia, o Dia das Mães era com a nossa mãe, nós nos reuníamos para almoçar, entregar presentes, fazendo surpresas junto com nossos filhos. Neste ano, vamos dar uma cesta de café da manhã, pesquisamos os valores das cestas e encontramos valores muito abusivos, nós pensamos em fazer nós mesmas a cesta, uma já tinha a cesta, a outra tinha alguns itens, como garrafinha térmica, porta-retrato, e vamos complementar com frutas, sucos, etc.”, disse Natália.
Para Natália e as irmãs, fazer a cesta, além de mais seguro é também econômico.
“A gente preparando [a cesta] há uma maior segurança para não haver contaminação e poucas pessoas pegam na cesta, a nossa mãe já é idosa e nós temos nos preocupado muito com a segurança e a saúde dela. Como os preços estão abusivos, a gente resolveu bolar uma cesta de café da manhã e minha irmã vai entregar na casa da mamãe no domingo, fazer essa surpresa pra ela, ela vai de máscara e não terá contato físico”, afirmou.
O isolamento social fez com que as filhas ficassem longe e sem contato físico com a mãe, por medida de saúde. Todavia com a ajuda da tecnologia, elas falarão com a mãe.
“Desde que iniciou o isolamento social, cada um ficou em sua casa e temos sempre contato com a nossa mãe por chamada de vídeo, e assim será no Dia das Mães, iremos nos reunir [por vídeo] conversando e comemorando essa data especial”, disse.
Gratidão
Natália está grata pela saúde de sua mãe e tem esperanças de que em breve poderá abraçá-la e celebrar com ela outras datas comemorativas.
“Estar distante da minha mãe não é fácil, é um momento difícil, só se falar por telefone e sem poder dar aquele abraço, mas em compensação tê-la nos Dias das Mães dá um sentimento de gratidão muito grande, graças a Deus ela está com saúde, ela está bem, está sempre ao nosso lado e até mesmo nessa distância ela tenta nos agradar de alguma forma. Ela costura, então fez máscara para cada um e nos enviou, à distância é difícil, mas o sentimento de gratidão por ela estar bem e por tê-la nesse dia, é muito bom, compensa nesse momento tão triste, pois muitas pessoas não tem essa oportunidade de estar com sua mães nesse dia. Temos esperança que o mais breve vamos poder matar essa saudade”, disse Natália.
Primeiro Dia das Mães sem a avó
O Dia das Mães será diferente para Maria Paula, 22 anos, que irá passar com a mãe, Marileuda Santos, 53 anos, mas as perdas recentes da avó, Arenaide Valério de Oliveira, 84 anos, e do pai, Paulo Sérgio Negrão dos Santos, 61 anos, trazem incertezas de comemoração.
“Perdi a minha avó há uns cinco meses atrás, ela morava com a gente, morava eu, minha mãe e minha avó, os meus pais já eram separados desde os meus 13 anos de idade. Hoje, estou com 22 anos, meu pai faleceu de coronavírus, a pesar da separação, eles sempre foram melhores amigos, vai ser o primeiro dia das mães sem minha avó e sem meu pai, não vamos nem conseguir visitá-los no cemitério, porque não pode. Tivemos que cremar meu pai por conta da Covid-19. A sensação é a de que não parece ser uma data festiva que esteja chegando, o Dia das Mães será um dia muito estranho, as outras datas comemorativa já foram estranhas porque não tinham minha avó, e a páscoa foi o último dia que vi o meu pai vivo”, comentou Maria.
“Ela está aqui, está viva, eu tenho que mostrar o quanto ela é importante para mim, e como não posso sair para comprar nada, o mínimo que eu posso fazer é um café da manhã na cama, um almoço diferente, isso que é o válido, saber se adaptar às situações difíceis e mostrar o amor que sentimos para as pessoas que estão do nosso lado. Vamos acender uma vela e rezar pra quem está lá em cima olhando pela gente”, disse Maria
Longe das duas mães
Este será o primeiro ano que não haverá o tradicional almoço do Dias das Mães na casa da família Maia Costa, a caçula Alany Jhenyfer, 15 anos, não irá passar o dia com as suas duas mães, a de criação e a biológica, visto que os pais estão com Covid-19.
Para não ser infectada com a doença, os pais de Alany pediram para ela ficar em isolamento social na casa dos tios, a distância não está sendo fácil para a adolescente.
“Vai ser difícil porque eu sempre passei o Dia das Mães com minhas mães, me sinto mal, tenho uma ligação muito forte com elas e ficar longe nessa data torna as coisas muito mais difíceis. É uma tradição a família toda se reunir para um almoço especial, e este ano, infelizmente não vai ter”, comentou Alany.
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