Após vazar informações sobre uma investigação da Polícia Federal (PF) contra o crime de grilagem de terras com apoio de traficantes de drogas e agentes públicos, o governo do Amazonas noticiou que “avalia” criar um Núcleo de Inteligência, coordenado pelo Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), para combater a “indústria de invasões” na capital e interior do Estado.
O estudo do novo departamento foi anunciado neste domingo, 17, pelo diretor-presidente do Ipaam, Juliano Valente. “Esse problema não se resolve só com uma ação ostensiva, mas, também, com trabalho de inteligência. Com os órgãos e todo aparato de inteligência, aliado à educação ambiental e ação ostensiva, temos certeza que esse trabalho será mais eficaz”, disse.
No dia 28 de janeiro deste ano, a Agência Am1 informou que a Polícia Federal está perto de desarticular um grupo criminoso que atua com o apoio de traficantes e servidores públicos na invasão e comercialização de terras federais e em áreas de preservação.
Dossiê
A investigação ganhou força em outubro, do ano passado, quando a superintendência da PF recebeu um dossiê com fotos, documentos e, inclusive, gravações de áudios sobre modus operandi da organização.
Segundo uma apuração preliminar, o esquema funciona com o mapeamento e invasão das terras, além da obtenção do aval de agentes do Poder Público. Após essa anuência, ocorre o loteamento e comercialização da área e posterior agrupamento de milícias para “proteger” o local invadido.
Promessa
Com o vazamento de informações sobre a organização criminosa, o titular do Ipaam informou que o novo núcleo de inteligência terá à disposição drones para fazer o monitoramento em tempo real das terras invadidas.
“Vamos usar todas as ferramentas tecnológicas para combater esse crime organizado no Amazonas. Como essa indústria é organizada iremos usar a inteligência para atingir o núcleo dela”, garante.
O Ipaam informou que equipes do instituto, da Delegacia de Meio Ambiente (Dema – Polícia Civil) e do Policiamento Ambiental (Polícia Militar) voltaram à comunidade chamada de Itaporanga, na zona Norte de Manaus, onde no final de janeiro desarticularam uma invasão que já estava com 107 lotes divididos e prontos para venda.
Na ocasião, foram apreendidos terçados, facões e os primeiros barracos foram desmontados. “No sábado (16) voltamos e já encontramos novos barracos. Por isso, se faz necessária uma ação mais eficaz para combater esse crime organizado. Através desse núcleo vamos atingir a base dessa indústria”, prometeu Valente.
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