Manaus, 20 de abril de 2024
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Manaus, 20 de abril de 2024

Política

A um dia de encontrar Mandetta, Omar atira: ‘Passava mais tempo dando entrevista do que trabalhando’

Em entrevista ao Portal Amazonas1, Omar Aziz critica postura e ações de combate a pandemia determinadas pelo ex-ministro Mandetta, que será ouvido amanhã pela CPI da Covid

A um dia de encontrar Mandetta, Omar atira: ‘Passava mais tempo dando entrevista do que trabalhando’

Foto: Reprodução

MANAUS, AM – Em entrevista ao Portal Amazonas1 nesta segunda-feira (3), o senador Omar Aziz (PSD), que é o presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, no Senado fez algumas críticas ao ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta, o primeiro a ser exonerado pelo presidente Jair Bolsonaro durante a pandemia de covid-19. Mandetta também será o primeiro a ser interrogado pelos 11 membros da comissão, nesta terça-feira (4).

Além dele, o ex-ministro Nelson Teich, que assumiu o Ministério da Saúde após Mandetta, também será ouvido.

De acordo com Omar, as orientações repassadas pelo ex-ministro para enfrentamento da covid-19 não foram boas. Ele reclamou, ainda, que, embora o Amazonas tenha enfrentado dias de caos, Mandetta sequer visitou o estado. “É lógico que a pandemia inicia com o Mandetta, então o Mandetta deve ser bastante explorado, né, porque eu me lembro com o Amazonas passando por dificuldade e ele nem no Amazonas foi. E ele passava mais tempo dando entrevista do que trabalhando.

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Vale lembrar que, naquele período, pouco antes de cair, Mandetta e Bolsonaro enfrentavam uma crise e tensão no relacionamento entre eles. Até que em 16 de abril de 2020, cerca de um mês de pandemia, o ex-ministro foi exonerado pelo presidente.

“Inclusive, ele orientava, não sei se você lembra, que as pessoas podiam… ‘Ah se você estiver com febre, fica em casa, só vai para o hospital quando você estiver com falta de ar’. Quando o cara estava com falta de ar, o pulmão já estava comprometido 50% ou 60% e morria. As orientações que ele deu foram muito ruins. Mas vamos aguardar, vamos trabalhar”, disse ao Portal Amazonas1.

Os ex- ministros da Saúde, Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich, durante a solenidade de posse de Teich no Palácio do Planalto

Omar também confirmou que entre as perguntas a serem feitas amanhã estarão algumas relacionadas ao Amazonas, uma vez que o estado foi um dos primeiro a enfrentar a primeira e segunda onda da covid-19.

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“Com certeza. Com certeza tem. O Amazonas foi o primeiro a ter a primeira onda e a segunda onda foi letal demais. Você com certeza conhece alguém que veio a óbito nessa pandemia. Essa CPI é uma CPI diferente. Quando é uma CPI que está investigando um órgão que tem corrupção, quando começa a investigação, cessa a corrupção porque o pessoal fica com medo né, todo mundo quer se ajeitar e tal. Mas, nesse caso, o vírus não cessa porque a CPI começou, entendeu? Ele não vai obedecer a gente”, disse.

Falta de vacinas

Nos últimos dias, cerca de oito capitais do país paralisaram a imunização contra a doença por falta de doses para aplicação. O atual ministro da Saúde, Marcelo Queiroga atribuiu a escassez de vacinas a gestão anterior, de Eduardo Pazuello. Em fevereiro deste ano, o ex-ministro orientou às prefeituras a usar todo o estoque de imunizantes. A estratégia era garantir a primeira dose sem se preocupar com a segunda dose.

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Omar Aziz afirmou que essa situação também será questionada a Pazuello, que será interrogado pela CPI na próxima quarta-feira (5).

“Ah isso aí a gente vai perguntar, né. O Pazuello irá também se posicionar. Ele prometeu aí em Manaus que em fevereiro começaria a vacinar todo mundo acima de 50 anos […] Nós éramos o primeiro lugar em vacina, hoje nós somos o décimo e pouco, por que? Por falta de vacina. Não é falta de vacinação”.