Manaus, 18 de maio de 2024
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Manaus, 18 de maio de 2024

Política

Abertura da CPI do transporte coletivo segue parada na CMM

Vereadores começaram a assinar abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), em junho de 2018. Um ano depois, ainda faltam três assinaturas

Abertura da CPI do transporte coletivo segue parada na CMM

Concessão do transporte coletivo está sob intervenção financeira há 3 meses (Foto: Divulgação)

O Transporte Coletivo será destaque na Câmara Municipal de Manaus (CMM), nesse segundo semestre. Isso porque o contrato encerra no próximo ano e o futuro do sistema está indefinido. Há um ano, vereadores tentam coletar assinaturas para abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) com intuito de investigar a planilha de custos das empresas de ônibus. 

Para que a CPI seja instaurada, são necessárias 14 assinaturas, dos 41 vereadores da CMM. Segundo o vereador Sassá da Construção Civil (PT), que está à frente da comissão, faltam apenas 3 assinaturas para que a CPI seja aberta.

“Até o fim do ano, a pauta é sobre a mudança do transporte. A CPI vai descobrir por que o transporte público não tem dinheiro. Todo dia entra dinheiro no cofre, mas ainda não tem verba? O usuário está pegando ônibus com pneu estourado, transporte demora a passar. Os empresários estão ganhando muito e não querem sair, e quem está pagando é a população”, disse.

Sassá comentou ainda, a dificuldade em conseguir as assinaturas necessárias para abertura da CPI. Vereadores que teriam se comprometido, voltaram atrás.

“Tem uns que eram oposição, voltaram para base e desistiram. Temos apoio do Ministério Público e de outros órgãos de fiscalização, mas alguns vereadores são amarrados aos partidos políticos e fica difícil”, disparou.

O líder da prefeitura na CMM, Marcel Alexandre (PHS), defendeu a apresentação de um “fato” para instaurar a CPI. “Se ele quer uma CPI geral, como vai ser? É o transporte, mas o quê? O contrato? o exercício do contrato? Tem que ter especificidade, qual é o fato? Se a gente já tem um contrato vencendo. Eu vou centrar em dar ao cidadão, o transporte que ele precisa e merece”, afirmou, ressaltando que a comissão de transporte deve focar no encerramento do acordo com as atuais empresas do sistema, que encerra em 2020.

Chico Preto(PMN), que faz oposição na câmara, acredita que a orientação política influencia na decisão dos vereadores de não assinarem a abertura da CPI. “Infelizmente, tem vereadores que se submetem a isso. Eu acho que o vereador precisa ter independência para fazer julgamento desses casos, mas a orientação política é que essa CPI não aconteça, que a câmara não vá mais a fundo, não faça perguntas e que não tenham respostas sobre esse assunto”, informou.

Representante dos rodoviários, Jaildo (PCdoB) afirmou que assinou a CPI, mas não acredita que esse seja o meio para resolver o problema. “A prefeitura precisa se posicionar e ajustar o sistema. Já foi feito uma CPI que só constatou os 20 centavos a mais na tarifa e ficou por isso mesmo. O problema está se agravando e o prefeito precisa tomar uma medida”, disse. Na tribuna, o parlamentar denunciou que os rodoviários estão sem plano de saúde, por falta de pagamento das empresas.