O Transporte Coletivo será destaque na Câmara Municipal de Manaus (CMM), nesse segundo semestre. Isso porque o contrato encerra no próximo ano e o futuro do sistema está indefinido. Há um ano, vereadores tentam coletar assinaturas para abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) com intuito de investigar a planilha de custos das empresas de ônibus.
Para que a CPI seja instaurada, são necessárias 14 assinaturas, dos 41 vereadores da CMM. Segundo o vereador Sassá da Construção Civil (PT), que está à frente da comissão, faltam apenas 3 assinaturas para que a CPI seja aberta.
“Até o fim do ano, a pauta é sobre a mudança do transporte. A CPI vai descobrir por que o transporte público não tem dinheiro. Todo dia entra dinheiro no cofre, mas ainda não tem verba? O usuário está pegando ônibus com pneu estourado, transporte demora a passar. Os empresários estão ganhando muito e não querem sair, e quem está pagando é a população”, disse.
Sassá comentou ainda, a dificuldade em conseguir as assinaturas necessárias para abertura da CPI. Vereadores que teriam se comprometido, voltaram atrás.
“Tem uns que eram oposição, voltaram para base e desistiram. Temos apoio do Ministério Público e de outros órgãos de fiscalização, mas alguns vereadores são amarrados aos partidos políticos e fica difícil”, disparou.
O líder da prefeitura na CMM, Marcel Alexandre (PHS), defendeu a apresentação de um “fato” para instaurar a CPI. “Se ele quer uma CPI geral, como vai ser? É o transporte, mas o quê? O contrato? o exercício do contrato? Tem que ter especificidade, qual é o fato? Se a gente já tem um contrato vencendo. Eu vou centrar em dar ao cidadão, o transporte que ele precisa e merece”, afirmou, ressaltando que a comissão de transporte deve focar no encerramento do acordo com as atuais empresas do sistema, que encerra em 2020.
Chico Preto(PMN), que faz oposição na câmara, acredita que a orientação política influencia na decisão dos vereadores de não assinarem a abertura da CPI. “Infelizmente, tem vereadores que se submetem a isso. Eu acho que o vereador precisa ter independência para fazer julgamento desses casos, mas a orientação política é que essa CPI não aconteça, que a câmara não vá mais a fundo, não faça perguntas e que não tenham respostas sobre esse assunto”, informou.
Representante dos rodoviários, Jaildo (PCdoB) afirmou que assinou a CPI, mas não acredita que esse seja o meio para resolver o problema. “A prefeitura precisa se posicionar e ajustar o sistema. Já foi feito uma CPI que só constatou os 20 centavos a mais na tarifa e ficou por isso mesmo. O problema está se agravando e o prefeito precisa tomar uma medida”, disse. Na tribuna, o parlamentar denunciou que os rodoviários estão sem plano de saúde, por falta de pagamento das empresas.
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