Manaus, 30 de abril de 2024
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Cenário

Adjuto Afonso propõe ‘Marco Regulatório’ para explorar minérios no AM

Na fala de Adjuto, a justificativa para a exploração de minérios na região tem como fundamentação, “beneficiar” as famílias ribeirinhas que usam o garimpo como fonte de renda.

Adjuto Afonso propõe ‘Marco Regulatório’ para explorar minérios no AM

Exploração de minérios (Foto: Chico Batata/Greenpeace/Divulgação/Assessoria - Adjuto Afonso)

Manaus (AM) – O deputado estadual Adjuto Afonso (UB) propôs, nessa terça-feira (31), na tribuna da Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam), o “Marco Regulatório Estadual para as Atividades de Mineração” – o qual determina princípios e diretrizes para extração de minério no Amazonas. A proposta foi apresentada no Projeto de Lei nº 1.011.

Segundo o parlamentar, ele, o deputado Sinésio Campos (PT) e o deputado federal Silas Câmara (Republicanos) participaram de uma reunião com garimpeiros do município de Humaitá (a 696 quilômetros de Manaus), além de vereadores, prefeito da cidade, Dedei Lobo, o presidente do Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam), Juliano Valente, e o secretário estadual de Mineração, Gás e Energia, Ronney César Campos Peixoto, para esclarecimentos sobre a extração de potássio na região.

A reunião foi uma “iniciativa” da Câmara Municipal de Humaitá e da Prefeitura de Manicoré, de acordo com Adjuto. O deputado também cita que o resultado desta reunião foi a elaboração de uma carta para legalizar os garimpeiros e, inclusive, Silas Câmara “se prontificou” a anular o decreto federal que proíbe a exploração de minério na região.

Na fala de Adjuto, a justificativa para a exploração de minérios na região tem como fundamentação “beneficiar” as famílias ribeirinhas que usam o garimpo como fonte de renda.

“Ninguém quer que os garimpeiros que têm aquelas grandes dragas comecem a poluir os rios. A gente quer que seja [beneficiado] garimpeiro familiar, de cooperativa familiar, que possa trabalhar e ter o seu sustento”, afirma o deputado.

Adjuto diz, ainda, que para a elaboração do “Marco Regulatório”, foram usados outros projetos já existentes em outros estados para poderem dar o pontapé inicial e aprovar o PL. O parlamentar aproveitou a oportunidade para afirmar que está muito confiante na aprovação.

Polêmica

A exploração de potássio em Autazes se tornou polêmica no meio de lideranças indígenas que não concordaram com com isso por causar impactos ambientais na floresta.

Para a surpresa dessas lideranças, no dia 17 de outubro, o Tribunal Regional Federal (TRF-1) autorizou o Ipaam a conceder licença para a exploração de minério à empresa Potássio do Brasil – que desenvolve a exploração mineral na cidade há uma década.

Mas antes dessa autorização, no mês de agosto deste ano, a juíza federal Jaiza Maria Fraxe havia decidido que qualquer licença do Ipaam para a exploração de minérios deveria ser anulada, já que a competência para emitir licenciamento é do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama).

Mas, no dia 25 de setembro, o Governo do Estado do Amazonas anunciou ter recebido apoio de lideranças Mura, em solenidade realizada na sede do governo, com participação de representantes da Potássio do Brasil.

 

Wilson Lima (Foto: Diego Peres / Secom)

 

No entanto, em 11 de outubro, indígenas Mura que residem em Autazes negaram o apoio ao Estado e até classificaram a notícia como precipitada.

Os Mura ainda revelaram que estão sendo pressionados a vender suas terras para a empresa. Eles, inclusive, relataram que muitos já cederam e, os poucos que não aceitaram, resistem e lutam pela proibição da exploração.

Confira o documento na íntegra:
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