BRASÍLIA, AM – Após a Polícia Federal iniciar buscas e apreensões em endereços do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, o ex-superintendente da Polícia Federal no Amazonas, delegado Alexandre Saraiva, foi em suas redes sociais e postou um meme com um texto que diz: “Eu te disse, eu te disse”.
A Operação “Akuanduba” investiga crimes contra a administração pública, como corrupção, advocacia administrativa, prevaricação e, especialmente, facilitação de contrabando – todos praticados por agentes públicos e empresários do ramo madeireiro. As medidas foram determinadas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Além dessa postagem, Saraiva também fez outras duas em que mostra uma reportagem sobre a operação desta quarta com a legenda: “Tudo pela Amazônia”. Já na terceira postagem, Alexandre usou uma passagem bíblica que diz: “ Regozijem-se os campos e tudo o que neles há! Cantem de alegria todas as árvores da floresta”, Salmo 96:12.
Alexandre Saraiva foi demitido pelo Governo Federal, no último dia 20 de abril, após duras críticas trocadas entre Saraiva e Salles, em favor de madeireiros alvos de outra ação da PF, a Handroanthus, responsável pela maior apreensão de madeira da história do Brasil. Noutra ocasião, o ex-superintendente da PF/AM descobriu o envio de mensagens entre madeireiros que diziam que ele era um “alvo a ser batido”.
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Saraiva já havia falado sobre as denúncias contra Salles em audiência na Câmara dos Deputados, no mês passado. Na ocasião, o delegado afirmou que o ministro recebeu da divisão de Meio Ambiente da PF todos os laudos periciais e que a principal empresa madeireira da região já havia recebido mais de vinte multas do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que chegavam ao montante de mais de R$ 9 milhões.
“O senhor ministro fez uma inversão: tornou legítima a ação dos criminosos e não a dos agentes públicos”, disse Saraiva, naquela audiência.
Na semana passada, o ministro do Meio Ambiente montou um escritório no Pará, que, de acordo com Salles, seria para acompanhar ”mais de perto” o combate ao desmatamento na Amazônia.
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