Manaus, 26 de abril de 2024
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Política

Aliado por 40 anos, Fraga revela rompimento com Bolsonaro após morte da esposa por covid

'Eu não consigo entender essa falta de sensibilidade do presidente com relação à morte das pessoas', destacou o ex-deputado

Aliado por 40 anos, Fraga revela rompimento com Bolsonaro após morte da esposa por covid

Foto: Reprodução

BRASÍLIA, DF – Amigo pessoal do presidente Bolsonaro há 40 anos, o ex-deputado Alberto Fraga afirmou que decidiu se afastar do presidente após a esposa Mirta, 56, morrer vítima da covid-19. Segundo o ex-parlamentar, Bolsonaro é insensível com as vítimas da doença e não concorda com a postura do chefe do Executivo quanto à pandemia.

“Ela teve pneumonia viral. Ficou 73 dias internada e veio a óbito em virtude do pulmão não ter se recuperado. O sentimento mais comum de todos nós que passamos uma situação dessa é que gostaríamos de ter tido a vacina o mais rápido possível. E a gente sabe que a vacina foi politizada. Esse foi o grande problema. Enquanto se disputava politicamente quem era o pai da criança, a população ficou sem vacina. Com isso, evidentemente muitas pessoas vieram a óbito porque não tiveram a oportunidade de se vacinar”, explicou em entrevista ao Estado de S. Paulo.

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Fraga e Bolsonaro mantém a amizade desde os anos 1980, ainda na Escola de Educação Física do Exército. Os dois foram deputados e, mesmo após Bolsonaro se tornar presidente, continuavam se encontrando com frequência no Palácio da Alvorada.

O ex-deputado destacou que o presidente do Brasil percebeu que o país precisava da vacina contra a covid-19, mas, mesmo assim “não quis dar o braço a torcer porque o mérito ficaria para João Doria”. Fraga ainda afirmou que a pauta sobre a vacina era sempre uma discordância entre ele e Bolsonaro.

“Eu disse algumas vezes que a economia se recuperava. As vidas não. Isso fez com que, em diversas situações, eu fosse me decepcionando com algumas posturas. Eu não consigo entender essa falta de sensibilidade do presidente com relação à morte das pessoas”, comentou.

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Fraga ainda revelou que enquanto ele e a esposa estavam internados, chegou a conversar com Bolsonaro, e a partir dessa conversa que decidiu se afastar do presidente. “Em hipótese alguma eu posso culpar o presidente pela morte da minha mulher. Nunca insinuei isso, mas achei por bem me afastar, não romper. Sempre fui amigo do Jair Messias Bolsonaro. Nunca fui amigo do presidente”, afirmou.

O ex-deputado ainda relembrou da morte do senador Major Olimpio, em março deste ano também por covid-19. Na entrevista, ele disse que os filhos do presidente se solidarizaram, mas Bolsonaro não. “Ele foi incapaz de dizer uma palavra. Ali ele já mostrou insensibilidade. Nessas perdas que tivemos, de entes queridos e amigos, Deus foi tão bondoso com ele que ele não teve nenhuma perda. Os que tiveram têm uma visão diferenciada dessa questão”, disse.

(*) Com informações do Uol

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