Manaus/AM – Após o presidente do Instituto de Pesos e Medidas (IPEM/AM), Márcio Brito, revelar que medidores da Amazonas Energia cobravam o dobro na fatura mensal de pagamento, a concessionária de luz desmentiu o gestor e afirmou que as declarações não procedem. Sem apresentar provas, a empresa campeã de reclamações no Procon tentou se defender nas redes sociais, mas acabou rebatida pelos próprios consumidores.
“A Amazonas Energia esclarece que não procede a informação divulgada nos veículos de comunicação, de que medidores de energia contabilizavam o dobro do consumo na fatura”, diz a nota da concessionária, reabatida imediatamente em cima da própria nota em suas redes sociais:
“Antes eu pagava 75,00 quando medidor era analógico, depois que trocaram pra digital minha conta pulou para 150,00 isso é muito estranho.”, escreveu uma consumidora. “Acredito e no Ipem isso sim, todos na minha comunidade Acara depois que trocaram a conta aumentou abusivamente isso sim sem conta que eles tão sendo cobrados eu provo…essa empresa é a pior de todas isso sim.”, relatou outra.
As declarações de Márcio Brito foram dadas na sexta-feira (11), durante a 23ª reunião itinerante da CPI da Amazonas Energia realizou, no Alvorada II, zona Centro-Oeste de Manaus. Na ocasião, o gestor aponto que, após fiscalização, os medidores de energia, da Amazonas Energia, apresentaram o dobro na contagem de consumo elétrico, impactando diretamente no valor da fatura.
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O diretor-presidente do IPEM/AM completou ainda que o laudo da Amazonas Energia é unilateral e ilegal. “O laudo da concessionária não tem validade, visto que o oficial é do Ipem. O Ipem é o órgão delegado do Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), para realizar a medição e definir se os medidores de energia estão marcando corretamente ou não”, completou Márcio Brito.
SE DEFENDE
A concessionária, por sua vez, rebateu as declarações. Por meio de nota, a Amazonas Energia afirmou que o Ipem iniciou fiscalização nos medidores, mas que ainda não há nenhum resultado final. Afirmou, ainda, que os medidores são homologados pelo Ipem.
“Os medidores do Sistema de Medição Inteligente são totalmente homologados pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (InMetro), bem como por toda a documentação legal do fabricante, assim como por reuniões realizadas pelo InMetro. As conclusões só serão divulgadas após o trabalho que o Ipem vem realizando, com total apoio da Amazonas Energia”, disse.
A nota também rebate as possíveis falhas em medidores convencionais apontadas por Márcio Brito.
“Conforme declaração na CPI, do presidente Márcio Brito, o Ipem já realizou ao longo dos últimos anos, aferições em mais de 25 mil medidores convencionais, encontrando falhas em menos de 150 medidores, o que representa menos de 0,6% dos medidores verificados pelo IPEM-AM ao longo destes quase 3 anos, que foram devidamente tratadas junto ao consumidor, conforme prevê a regulamentação”, diz.
REBATIDAS
Porém, mais uma vez, a nota é rebatida. “Não tem vergonha de roubar o pobre assalariado … A idosa aposentada …. VAZA AMAZONAS ENERGIA”, escreveu outro consumidor.
Vale destacar que Amazonas Energia é alvo de diversas denúncias da população amazonense por cobranças abusivas e cortes indevidos da distribuição de energia, e isso justifica a criação da CPI da Amazonas Energia na Aleam, pesdida pelo deputado Sinésio Campos (PT).
Durante a audiência no bairro Alvorada, vários moradores fizeram denúncias, entre eles, o senhor Izaquiel Alves, de 59 anos, que revelou ter sua energia cortada após uma cobrança de R$ 80 mil reais, gerada pela Amazonas Energia. De acordo com Izaquiel, a conta alcançou esse valor depois do próprio sofrer um acidente, não conseguindo a renda necessária para pagar a fatura.
“Depois do acidente que comprometeu o movimento das minhas pernas, não consegui trabalho e as contas foram acumulando. Tentei negociar, mas sem sucesso, tendo dessa maneira a energia cortada”, explicou Izaquiel.
Leia a nota na íntegra
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