(Foto: Lucas Costa /Portal AM1)
Manaus (AM) – Em meio à instauração de uma Comissão de Inquérito Parlamentar (CPI), os vereadores da Câmara Municipal de Manaus (CMM) movimentaram as datas para adiantar sessões plenárias que ocorreriam nas próximas segunda-feira (29) e terça-feira (30). Com isso, os parlamentares conseguiram emendar as folgas até o feriado do ‘Dia do Trabalhador’, comemorado na próxima quarta-feira, 1º de maio.
As sessões extraordinárias foram adiantadas no decorrer da semana, entre segunda (22) e quarta-feira (24). Esse adiantamento das atividades parlamentares proporcionou aos vereadores de Manaus folga por sete dias consecutivos, já que só devem retornar aos trabalhos no plenário da CMM no dia 6 de maio.
CPI da Semcom
Ainda que diversas pautas tenham sido trabalhadas com antecedência, prevendo o “feriadão”, na Câmara tramita um pedido de investigação por parte dos próprios vereadores: a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que vai investigar um possível “Caixa 2” na Secretaria de Comunicação da Prefeitura de Manaus.
Houve uma pressão e correria por parte dos vereadores de oposição ao prefeito para se conseguir as assinaturas que validassem a instalação da CPI da Semcom. Contudo, após a conquista das 14 assinaturas, parece que se resolveu a situação, pois nem a composição da comissão foi definida e a cada dia surge uma nova justificativa.
Caixa 2
A solicitação da instauração da CPI da Semcom se deu após a publicação de um vídeo em que mostra um homem, que se identifica como motorista de um proprietário de um veículo de comunicação local, que teria se dirigido à Secretaria Municipal de Comunicação para supostamente receber uma quantia em dinheiro, entregue pela recepcionista. As notas em uma sacola plástica faziam parte de um suposto esquema envolvendo, à época, o secretário Israel Conte. Conte foi exonerado para que ocorram as investigações.
Ao Portal AM1, o líder do prefeito na CMM, vereador Eduardo Alfaia (Avante), destacou que as folgas não influenciam no andamento da abertura da CPI.
“Não vejo como prejudicial ou como benéfico em nenhum momento. Pelo contrário, eu acho que isso não influencia em nenhum aspecto desse ponto. Esse período que a gente vai ficar, agora, longe do plenário, é bom para ficarmos mais próximos das comunidades, atuando em nossos respectivos bairros. Em relação às sessões e as tratativas da CPI, isso não penaliza ou prejudica em nenhum momento, até porque a CPI já está aí, já foi lido o relatório, e em um tempo ou outro ela certamente terá que ocorrer, pelo que a presidência já determinou”, analisou Alfaia.
Para o vereador Rodrigo Guedes (PP), que é oposição ao prefeito de Manaus na CMM, a paralisação é, sim, prejudicial.
Conforme o parlamentar, as denúncias da sociedade podem ser feitas por meio das redes sociais, mas concorda que o plenário da Câmara é o lugar oficial que o cidadão usa para realizar as cobranças.
“Eu acho prejudicial no geral. Não só isso, mas as discussões, querendo ou não, se acontecer um fato nesse fim de semana, por exemplo, a gente não tem como cobrar lá no plenário. Apesar de que você pode fazer vídeo, você pode postar nas redes sociais, o plenário é o instrumento oficial de cobrança, a tribuna. Ali você fala oficialmente, no parlamento, então, acho que prejudica no geral também“, reconheceu o vereador ao Portal AM1.
Após ser questionada, a Câmara Municipal de Manaus explicou que o trabalho dos parlamentares vai além das discussões e das votações em plenário. “A atuação dos vereadores segue nas ruas e gabinetes, independentemente de ações no plenário”, informou.
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