Manaus, 17 de maio de 2024
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Manaus, 17 de maio de 2024

Cidades

Amazonas perderá 292 profissionais com a saída de Cuba do Mais Médicos

Amazonas perderá 292 profissionais com a saída de Cuba do Mais Médicos

Dos 8.332 médicos cubanos em atuação no Brasil, através do programa Mais Médicos, do Governo Federal, 292 estão no Amazonas, o equivalente a 3,5%. Com a decisão do Governo de Cuba de sair do programa, após o anúncio de novos critérios de admissão, como a obrigatoriedade da revalidação de diploma, e dos comentários feitos pelo presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), interpretados como ameaças. A expectativa agora está voltada à solução dada pelo Governo Federal e pelos estados, para suprir o déficit que será criado.

 

 

Em março deste ano, relatório do Conselho Federal de Medicina (CFM) apontou que nunca houve um crescimento tão grande da população médica no Brasil num período tão curto de tempo. Em pouco menos de cinco décadas, o total de médicos aumentou 665,8%, ou 7,7 vezes. Por sua vez, a população brasileira aumentou 119,7%, ou 2,2 vezes.

Apesar de contar, em janeiro de 2018, com 452.801 médicos (razão de 2,18 médicos por mil habitantes), o Brasil ainda sofre com grande desigualdade na distribuição da população médica entre regiões, estados, capitais e municípios do interior. A saída dos cubanos do País deve agravar a situação, já que parte dos profissionais formados no País, não querem atuar no interior, por exemplo, por falta de estrutura adequada.

Atualmente, o Sudeste é a região com maior razão de médicos por 1.000 habitantes (2,81) contra 1,16, no Norte, e 1,41, no Nordeste. Somente o estado de São Paulo concentra 21,7% da população e 28% do total de médicos do País. Por sua vez, o Distrito Federal tem a razão mais alta, com 4,35 médicos por mil habitantes, seguido pelo Rio de Janeiro, com 3,55.

Informações divulgadas pelo G1, apontam que estados do Norte e Nordeste já apresentam uma menor quantidade de médicos pelo Sistema Único de Saúde (SUS), o que motivou a criação do programa, em 2013.
Outro agravante é que, a população indígena, historicamente desassistida, salvo raras exceções, será uma das mais atingidas, visto que 3,6% (301) dos cubanos que atendem pelo Mais Médicos, estão lotados em distritos sanitários especiais indígenas.

*Com informações do G1 e do CFM