Usinas do Complexo Azulão 950 têm investimento de R$ 5,8 bi em Silves, no AM

(Foto: Divulgação/secom)

Manaus (AM) – Com previsão de atender 3,7 milhões de residências em todo o país, com fornecimento de energia elétrica a partir do gás natural entre o fim de 2026 e o início de 2027, nessa segunda-feira (25), a operadora privada de gás natural Eneva lançou, no município de Silves (a 203 quilômetros de Manaus), as obras do Complexo Azulão 950 – que vão abrigar as usinas termelétricas Azulão I e II.

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As usinas têm capacidade de produzir 950 MW em conjunto e serão conectadas ao Subsistema Norte do Sistema Interligado Nacional, visando melhorar a oferta de energia na região. O investimento é da ordem de R$ 5,8 bilhões, com estimativa para a geração de 5 mil empregos direitos e indiretos no Estado.

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O governador Wilson Lima (União Brasil), durante a solenidade de lançamento das obras, falou da importância do projeto para o desenvolvimento da economia do Amazonas em se tornar autossuficiente em relação ao fornecimento de energia na região.

“Com relaçao às térmicas, serão construídas duas plantas para fornecer algo em torno de 950 MW, que serão colocados no mercado livre, controlado pelo Operador Nacional de Energia e distribuído para todo o Brasil. É importante ressaltar que nossas atuais termelétricas não suportam fornecimento de energia para a capital e, com essas térmicas que teremos aqui, o Amazonas se tornará autossuficiente”, ressaltou.

O diretor-presidente da Eneva, Lino Cançado, falou sobre a exploração de gás natural no estado e o desejo de deixar um legado para as próximas gerações.

“Juntos, trazemos desenvolvimento para a região. Já estamos gerando diversos empregos na planta de Azulão e, na construção do Azulão 950, vamos gerar algo em torno de 4 mil empregos; durante a operação, serão mais 15 anos gerando empregos e oportunidades para os habitantes do entorno”, afirmou.

Eneva

Maior operadora privada de gás natural em terra brasileira e empresa integrada de energia, a Eneva já opera no campo do Azulão, em Silves, onde o gás natural extraído é liquefeito e levado em carretas criogênicas até Boa Vista (RR), onde é responsável por 70% do abastecimento da única capital não interligada ao Sistema Interligado Nacional (SIN) por meio da termelétrica Jaguatirica II.

O Projeto Azulão 950 consiste na instalação de duas usinas termelétricas (UTEs) a gás natural em Silves, utilizando combustível da Bacia do Amazonas. Com capacidade instalada de 950MW e escoamento a ser feito pelo SIN, a energia gerada será suficiente para abastecer mais de 3,7 milhões de residências em todo o Brasil, a partir do final de 2026.

Cetam – Silves

Com o termo de cooperação técnica firmado em outubro de 2023, entre o governo estadual e a Eneva, Silves ganha um Centro de Educação Tecnológica do Amazonas (Cetam), que vai ofertar cursos técnicos para formar mão de obra qualificada voltada ao seguimento de gás.

A obra é realizada pela empresa, como uma contrapartida social, na Escola Estadual Agobar Garcia e já conta com mais de 50 pessoas, moradoras de Silves, que foram contratadas para trabalhar na obra – a qual tem investimento superior a R$ 7 milhões e previsão de conclusão até o mês de junho.

O governador informou que os alunos irão receber uma bolsa no valor de R$ 1.300. “Cada aluno selecionado, além da formação, irá receber R$ 1,3 mil por mês. Ele vai estudar e ainda garantir uma renda para pagar as contas no fim do mês”, ressaltou Wilson Lima.

Projeto Elas Empreendedoras

“Somos mais de cem mulheres em Silves, Itapiranga e na estrada de Careiro da Várzea, todas muito ativas. Trabalhamos com biojoias, costuras e alimentação. Tudo com apoio da Eneva”, pontuou Anne Serrão ao Portal AM1, ao explicar que a Eneva tem também um outro projeto denominado ‘Elas Empreendedoras’, que visa tornar as mulheres mais empoderadas e independentes financeiramente. Anne é vice-presidente do projeto social.

Na ocasião, participaram do evento dessa segunda-feira: o vice-governador Tadeu de Souza; o prefeito de Silves, Paulino Grana; os secretários de Energia, Mineração e Gás (Semig) Roney Peixoto; de Infraestrutura (Seinfra), Carlos Henrique; do Instituto de Proteção Ambiental (Ipaam), Juliano Valente; da Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados e Contratados do Estado (Arsepam), Ricardo Lasmar; do Centro de educação Tecnológica, Fábio Albuquerque; o presidente da Cigás, Heraldo Câmara; Lúcia Carla, da Unidade de Gestão Integrada (UGI); os deputados estaduais Mário César Filho, Sinésio Campos e Cabo Maciel; e, também, o presidente da Eneva, Lino Cançado, além dos vereadores de Silves.

Óleo e Gás no Amazonas

A Agência Nacional do Petróleo (ANP) reconhece o Amazonas como o Estado que possui a maior reserva de gás em terra do país – algo em torno de 40 bilhões de metros cúbicos de poços já provados, com potencial para alcançar 100 bilhões de metros cúbicos. O gás natural fornecido pela Companhia de Gás do Amazonas (Cigás), por exemplo, é usado na geração de grande parte da energia elétrica utilizada para abastecimento de Manaus e dos municípios de Anamã, Anori, Caapiranga, Coari e Codajás, por essa razão, é combustível estratégico para a matriz energética, além de ser fonte de energia limpa, em relação aos demais combustíveis fósseis.

Desde a quebra do monopólio do mercado de gás no Amazonas em 2021, o setor ganhou competitividade e tem atraído novos investimentos, de acordo com o governador do Amazonas. Cerca de 6 mil empregos, atualmente, são gerados na atividade de exploração do gás natural com os investimentos no campo do Azulão e com a declaração comercial de dois novos campos de exploração nos municípios de Silves e Itapiranga.