(Foto: Reprodução)
Manaus (AM) – O presidente do Movimento Democrático Brasileiro (MDB) no Amazonas, senador e ex-governador Eduardo Braga, há cerca de duas semanas, aprovou a pré-candidatura de Cid Marcos Bastos Reis Maia, mais conhecido como “Pai Marcos”.
Vale lembrar que Marcos Bastos também tentou ser deputado estadual nas eleições de 2022 pelo partido de Braga. Ele ainda participou de convenções do partido e integrou a comitiva de Braga — a qual circulou por diversos municípios do Amazonas.
À época, em uma das ocasiões, Bastos comemorou nas redes sociais e disse que estava a caminho de Manaquiri com a comitiva do senador Eduardo Braga para “mais uma missão”. Ele disse, ainda, que “mais uma vez estava nessa luta de correr atrás das autoridades”.
O presidente do MDB Amazonas também destinou recursos para a ONG Pai Resgatando Vidas, assim como para a campanha dele, quando concorreu a deputado estadual pelo MDB. Foram R$ 376.294,98 (trezentos e setenta e seis mil duzentos e noventa e quatro reais e noventa e oito centavos).
Os dados podem ser conferidos na plataforma Divulgação de Candidaturas e Contas Eleitorais do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Pai Marcos recebeu 4.995 votos.
Marcos Bastos foi preso na última terça-feira (7) em uma operação da Polícia Civil, a operação ‘O Pai Tá Off’. Segundo a polícia, oito pessoas da mesma família e membros da ONG Pai Resgatando Vidas são envolvidos em diversos crimes como lavagem de dinheiro, falsidade ideológica, assim como maus-tratos e organização criminosa.
Conforme as investigações da 24ª Delegacia Interativa de Polícia (DIP), a ONG arrecadou, nos últimos quatro anos, mais de R$ 20 milhões em doações, com a justificativa de cuidar de pessoas em situação de rua. A organização contava com dois locais para receber pessoas em situação de vulnerabilidade social, sendo Manaus e a outra no município de Iranduba.
No entanto, em vez disso, Pai Marcos usava as pessoas para conseguir dinheiro para os próprios interesses. Ele é suspeito de usar as imagens das pessoas vulneráveis e ainda explorar sexualmente as mulheres atendidas pela ONG, que, em troca, recebiam alimentação, roupas e produtos de higiene básica, segundo a polícia.
Ainda segundo a polícia, o Instituto Pai Resgatando Vidas recebeu R$ 20 milhões em doações nos últimos quatro anos — valor que deveria ser utilizado para prestar cuidados a usuários de drogas e pessoas em situação de rua. No entanto, o dinheiro estava sendo alvo de desvio para benefício próprio de Marcos Bastos e seus familiares integrantes da quadrilha.
Nas investigações, foi identificado que a ONG era conhecida na capital amazonense por divulgar vídeos de moradores de rua e usuários de drogas recebendo atendimento e cuidados. Era por meio da divulgação desse suposto trabalho que a instituição fazia os pedidos de doações e, entre as doações recebidas, foram registradas benesses internacionais.
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