(Foto: Marcello Casal/Agência Brasil)
Manaus (AM) – O Amazonas registrou, nos dois primeiros meses do ano, 90 casos de violência contra crianças e adolescentes. O número é menor se comparado ao mesmo período do ano de 2022, que foi de 107, segundo dados da Secretaria de Segurança Pública do Estado do Amazonas (SSP-AM). As vítimas são crianças na faixa etária da primeira infância, até 6 anos.
Registros
Os registros de casos de violência infantil dos meses de marco, abril e maio ainda não constam no sistema de dados disponibilizados pela SSP-AM.
Em 2022, foram 462 ocorrências de violência sexual praticadas contra crianças e adolescentes, segundo dados da Polícia Civil em conjunto com a Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca).
A Campanha de Combate ao Abuso e a Exploração Sexual Infantil, que iniciou nesta quinta-feira (4), visa diminuir o número de casos. O evento aconteceu no auditório Luiz Geraldo Pontes Teixeira, na avenida Mário Ypiranga Monteiro, no bairro Parque 10, zona Centro-Sul da cidade.
Maio Laranja- Campanha de Combate ao Abuso e a Exploração Sexual Infantil
O Maio Laranja foi escolhido para combater a exploração e o abuso sexual infantil, e no Amazonas, está longe de ser um problema superado. No Brasil, todos os anos, 500 mil crianças e adolescentes são explorados sexualmente e há dados que sugerem que somente 7,5% dos casos chegam a ser denunciados às autoridades, ou seja, esses números podem ser maiores.
Para a delegada Juliana Tumã, a campanha é muito importante, mesmo que seja feito o combate ao abuso e exploração sexual infantil durante todo o ano. Ela também orienta sobre os sinais que uma criança ou adolescente demonstra.
“Nesse dia que nós damos o start na campanha, eu queria dar um recado a todos: se você tem uma criança em casa, esteja atenta aos sinais e não desvie o olhar; pode ser seu vizinho e você pode fazer uma denúncia pelo disk 100”, disse a delegada à reportagem do AM1.
Para a psicóloga Flávia Bueno, a criança ou adolescente que sofreu abuso é prejudicada diretamente em seu desenvolvimento – o que pode gerar traumas na fase adulta. Os traumas vão de dificuldades de se comunicar a problemas em se relacionar com alguém ou em fazer amizade; em casos mais graves, pode levar à depressão.
“O abuso sexual na infância ou adolescência afeta muito a fase adulta, pois ele vai ter traumas, transtornos pós-traumáticos que geram ansiedade, depressão e até comportamentos de suicídio (sic). As crianças abusadas estão adoecendo e isso reflete na vida adulta dela”, disse a psicóloga.
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