Manaus, 27 de abril de 2024
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Manaus, 27 de abril de 2024

Cidades

Pela primeira vez, governo reconhece 60 mil casos não identificados de covid-19

O número é menor do que o estimado pelo estudo do Imperial College of London, que apontou que cerca de 10% da população do AM já tinha sida infectada

Pela primeira vez, governo reconhece 60 mil casos não identificados de covid-19

Foto: reprodução/facebook

Pelo menos 60 mil pessoas infectadas pelo novo coronavírus não foram identificadas pelo sistema de saúde no Amazonas. A estimativa foi dada pela diretora-presidente da Fundação de Vigilância em Saúde (FVS-AM), Rosemary Pinto, durante uma transmissão ao vivo, nesta terça-feira, 12, para atualização de informações, medidas de prevenção e controle da covid-19.

“Estima-se que hoje nós tenhamos pelo menos 60 mil casos não identificados pelo sistema de saúde e essas pessoas certamente estão carregando e transmitindo o vírus onde quer que elas estejam. Por tanto dizer que o risco passou é prematuro”, afirmou Rosemary.

O número é bem menor do que o estimado pelo estudo do Imperial College of London, divulgado na semana passada, onde apontou que cerca de 10% da população do Amazonas já tinha sida infectada pelo coronavírus. Nessa análise, 448 mil pessoas estão infectadas em todo o Estado.

Sobre esse índice, Rosemary declarou que assim como todos os estudos, os dados são apenas ‘expectativas’ e anunciou que a Fundação deve aplicar uma pesquisa similar ainda este mês. 

“Em função da necessidade de conhecermos o real quantitativo de infectados, um estudo deve ser aplicado para ser feito um inquérito soro epidemiológico, onde, por amostragem, vamos identificar famílias em todas as zonas de Manaus para saber quem ficou doente e avaliar o percentual de assintomáticos. Após essa análise, será possível saber se o estudo se aplica ou não à região”, explicou. 

Segundo pico

Ainda de acordo com a diretora da FVS, o Amazonas pode vir a ter um segundo pico da doença, dependendo exclusivamente em manter medidas como o isolamento social e o uso das máscaras para conter o avanço do vírus. 

Segundo ela, em Manaus apenas 40% da população adotou o isolamento social, num ideal de 70% e alertou sobre o avanço dos casos no interior do Estado. 

“Estamos com estrangulamento da rede de assistência e não temos estrutura para atender a todos os doentes e com isso vivenciar um segundo pico com número maior de mortes”, concluiu Rosemary.