Manaus, 18 de maio de 2024
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Cenário

Guias de turismo, canoeiros e empresários do setor pedem socorro no Amazonas

As atividades turísticas, principalmente as viagens fluviais, estão suspensas por conta do decreto governamental, devido ao agravamento da covid-19 no Amazonas

Guias de turismo, canoeiros e empresários do setor pedem socorro no Amazonas

Foto Folhapress

Com o agravamento da pandemia provocada pela covid-19, no Amazonas, e a suspensão de viagens fluviais, que não seja para o transporte de cargas, o setor de turismo tem enfrentado uma dura batalha e agentes, guias e empresários do ramo pedem socorro para sobreviverem no dia a dia.

Um destes agentes e guias de turismo é Carlos Sidney da Silva Santos, mais conhecido como guia Sidney. Ele afirma que sua situação só não está pior porque está tendo ajuda solidária de amigos e familiares e, também, porque conseguiu economizar um pouco de dinheiro na primeira fase da pandemia, mas que já está no fim.

“Estou literalmente parado, porque juridicamente, devido ao decreto, os espaços públicos e culturais estão fechados. Toda minha vida profissional foi e é voltada para o turismo, ou seja, estou parado, apenas formulando projetos para quando tudo voltar ao normal. E a renda são de reservas, com antecedência”, disse Sidney, que é guia de turismo profissional desde 2007, credenciado no Ministério do Turismo.

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O presidente da Cooperativa dos Canoeiros, (localizada no Porto de Manaus), Antônio Franco de Araújo disse que a situação de seus 20 associados é precária. A cooperativa conta atualmente com 20 associados. “Todos nós estamos passando por uma situação precária, até o porto onde fica a cooperativa está fechado. Esperamos que o governo faça alguma coisa para reabrir o mais rápido possível. Estamos desesperados e passando necessidades!”, disse Antônio Franco.

Franco alegou, ainda, que os canoeiros não estão recebendo nenhum tipo de ajuda e que, quando eles estão trabalhando, a média salarial é de R$ 2,5 mil mensais, dependendo da movimentação e da procura por viagens turísticas.

O empresário Olímpio Carneiro, que realiza passeios por meio de embarcações em Manaus e está no ramo há duas décadas, disse que nunca passou por uma crise como essa. Segundo Carneiro, seu rendimento caiu 80% na 1ª onda e, agora, na 2ª, 100%, ou seja, está sem faturamento.

“Eu estou há 20 anos no ramo e nunca vivi nada parecido, tem guias e canoeiros passando fome sem poder trabalhar. Não temos mais clientes, mesmo que a gente cumpra todas as medidas sanitárias, os turistas estão espantados, até os de Manaus, que eram os que estavam suprindo nossas necessidades, não temos mais.”, relata o empresário que atrelou o fato às notícias de que Manaus se tornou o vetor da doença.

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Olímpio também disse que, ano passado, ainda houve uma ajuda de cestas básicas para os empregados do setor turístico no Amazonas, que foram cedidas pelo governo estadual, mas que nesta 2ª onda, eles estão desassistidos em todos os sentidos.

“O Trade Turístico está abandonado, não temos representatividade em nenhuma esfera. O que eu tenho feito com a ajuda de amigos que são meus parceiros é distribuir máscaras (face shield) e cestas básicas, é uma ótima ajuda, porém, não supre todas as necessidades”, disse ele.

Quem quiser participar da ação solidária pode entrar em contato pelo telefone (92) 9 9261-5035.

Setor mais afetado

De acordo com estudos da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), em todo o Brasil, o setor deixou de arrecadar cerca de R$ 274 bilhões em 11 meses, incluindo janeiro de 2020 em diante. Os dados foram divulgados na última terça-feira (12).

Ainda segundo o estudo da CNC, em março do 2020, já em meio à crise, o setor fechou 397,1 mil postos formais de emprego.

As atividades que mais fecharam vagas foram bares e restaurantes (-211,1 mil), transporte rodoviário (-90,7 mil),  hotéis e similares (-56,5 mil).

Demanda

A equipe do Portal Amazonas 1 entrou em contato com o Governo do Estado do Amazonas, todavia, ainda não obteve retorno sobre as ações que estão sendo realizadas para socorrer o setor de turismo.