Manaus, 26 de abril de 2024
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Manaus, 26 de abril de 2024

Cidades

Pesquisador diz que não é ‘assassino’ após MP abrir investigação sobre morte de 11 pacientes

Marcus Vinícius Lacerda comandou a equipe da Fiocruz nos testes com cloroquina em pacientes do Amazonas

Pesquisador diz que não é ‘assassino’ após MP abrir investigação sobre morte de 11 pacientes

Dois dias após o Ministério Público do Amazonas (MPE-AM) ter aberto investigação para apurar denúncias envolvendo pesquisas feitas com doses do medicamento cloroquina em 81 pacientes com covid-19, dos quais 11 vieram a óbito, o médico e coordenador do estudo feito em Manaus, Marcus Vinícius Lacerda, se pronunciou, na manhã desta quarta-feira, 24.

“Eu não matei pessoas, eu não sou assassino. Nosso estudo CloroCovid-19 em Manaus demonstrou que a cloroquina não mata o vírus nas pessoas”, disse o infectologista em suas redes sociais.

Marcus Lacerda é um dos investigados no procedimento investigativo aberto pelo MP, nessa segunda-feira, 22, que apura, com base em duas denúncias protocoladas junto ao órgão, “eventual responsabilidade penal pelas mortes decorrentes do estudo ‘CloroCovid-19’”.

No post, o médico afirma que vem sendo vítima de calúnias e difamações vindas de pessoas que resistem aos resultados do estudo, de que a cloroquina, segundo ele, não mata o vírus.

“Resistindo a isso, espalharam a notícia de que matamos pacientes com doses altas de cloroquina, de propósito, porque éramos do PT. Eu não sou do PT! Testamos doses diferentes sim, mas nada que fosse obviamente letal. Tivemos todos os cuidados de segurança. Depois disso, minha vida passou por calúnias, difamações, ameaças, perseguições políticas”, desabafou.

Além do MP, o médico também já respondeu aos questionamentos da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep); do Ministério Público Federal (MPF) de Manaus, Bento Gonçalves, Goiânia; do Conselho Federal de Medicina, ouvidorias, e-mails, jornalistas e revistas científicas.

“É como se me destruir fizesse a cloroquina funcionar. Ela não funciona! Ontem recebemos mais perguntas do Ministério Público Estadual do Amazonas. Responderemos, como fizemos com os demais. Todos têm o direito de apurar a verdade”, disse ele, acrescentando que “não é bom para a imagem de um estado e de um país ter um ‘pesquisador assassino’”.