Vídeo: sem IML em Borba, moradora denuncia descaso com cadáver

Em vídeo publicado nas redes sociais, na madrugada de terça (1º), uma moradora do município de Borba, distante 208 km de Manaus, mostra um corpo jogado no meio da rua aguardando, por mais de três horas, pela chegada de algum órgão competente para fazer a remoção do cadáver.

No vídeo, a moradora relata que o corpo ficou das 2h até as 5h da manhã, esperando uma ambulância. “Tem que pedir autorização do secretário para vir buscar um morto que tá jogando aqui no chão”, afirma a testemunha.

Leia mais: Negligência: MPF apura omissão de prefeitos de Anamã e Anori em escolas indígenas

Indignada com o descaso público que vem assolando o município, a moradora ainda critica a direção do hospital: “Uma miséria”.

A moradora informa, ainda, que o prefeito do local não faz nada pela população e que está contrariada com a administração do gestor do município: “É uma vergonha viver aqui dentro de Borba”, concluiu.

A prefeitura

Em nota, a prefeitura desmente que teria deixado de prestar assistência no caso. Segundo o município, quando o cadáver foi encontrado, estavam, com a moradora, um guarda municipal e um agente da Secretaria de Segurança. Além disso, a prefeitura alega que o município não dispõe de IML para atendimento especializado e que uma ambulância traria risco de contaminação, dadas as circunstâncias do estado de decomposição do corpo.

“Câmeras de vigilância da unidade hospitalar mostram os horários que a família procurou a unidade e o horário que o corpo deu entrada no hospital, desmentindo assim, o que a senhora fala no vídeo, em que ela diz que está desde as 2h da madrugada até as 5h da manhã com o corpo no chão e pedindo uma ambulância”, diz a prefeitura do município em nota.

Em imagens enviadas ao Portal Amazonas 1, câmeras de vigilância registram que às 03h30 da madrugada, a moradora procurou o hospital, às 04h22 o corpo entrava nas instalações da unidade.

Em outro trecho, a nota completa: “Outra inverdade dita pela senhora é a de que não foi prestada nenhuma assistência à família, sendo assim, como ela explicaria o fato de aparecer no vídeo o cadáver dentro de um saco para óbito, sendo que o município de Borba não tem IML e apenas o hospital da cidade dispõe desse material”.