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Manchete

Amazonino nomeia envolvido em escândalo de compra de votos

Amazonino nomeia envolvido em escândalo de compra de votos

Bruno exercerá, no gabinete pessoal de Amazonino, a função de assessor técnico Foto: CLOVIS MIRANDA/ SECOM

O governador do Estado, Amazonino Mendes (PDT), nomeou para seu gabinete pessoal, Bruno Henrique Sabbá Guimarães de Paula, denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF), em 2008, por envolvimento no escândalo que ficou conhecido como ‘Caso Prodente’. Segundo a Procuradoria Regional Eleitoral, a Fundação Dentária do Amazonas (Prodente), bancada com dinheiro público, foi usada para compra de votos em troca de atendimento dentário.

Bruno exercerá, no gabinete pessoal de Amazonino, a função de assessor técnico – Foto: CLOVIS MIRANDA/ SECOM

A nomeação de Bruno Henrique Sabbá Guimarães foi publicada no Diário Oficial do dia 17 de janeiro. Bruno exercerá, no gabinete pessoal de Amazonino, a função de assessor técnico.

O caso foi denunciado em 2006 pelo extinto Correio Amazonense, quando o governador era Eduardo Braga (MDB). O ex-deputado Nelson Azêdo aparece em vídeo pedindo votos aos usuários da Prodente.

A fundação, criada por Nelson Azêdo, mantinha um convênio com a Secretaria de Estado de Saúde (Susam). O convênio é de 2001, no governo de Amazonino Mendes, quando o secretário era Francisco Deodato, que hoje também ocupa a pasta e é um dos homens fortes na atual gestão do próprio Amazonino.

Em 2015, o deputado estadual Nelson Azêdo e o filho dele ex-vereador Nelson Amazonas, foram condenados pelo Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas (TRE–AM) a sete anos e dez meses, e seis anos e seis meses de prisão, em regime semiaberto, respectivamente, pelos crimes de corrupção eleitoral e peculato.

Em um recurso, o ex-parlamentar pediu ao TRE a anulação de todo o processo em que ele e o filho, Nelson Amazonas, foram condenados a penas de prisão e multa pela prática de corrupção eleitoral e peculato.

No recurso, a defesa alegou que somente o Tribunal Eleitoral poderia autorizar uma investigação envolvendo pessoas com foro privilegiado. Além disso, foi questionada a validade da prova colhida em áudio.

A ação penal tramita no TRE sob o número 147-60.2010.6.04.0000 – Classe 31.

Já no processo que tramitava no Tribunal de Contas, passados dez anos, a Corte arquivou o processo sem julgar o mérito da causa, em 2016, conforme noticiou o jornal A Crítica.

Prisão imediata

Em novembro do ano passado, o Ministério Público Federal (MPF) no Amazonas ingressou com pedido na Justiça para a execução imediata da pena de prisão imposta ao ex-deputado estadual Nelson Raimundo de Oliveira Azedo e seu filho, o ex-vereador de Manaus Nelson Amazonas Azedo. A representação foi encaminhada com base em acórdão que negou todos recursos apresentados pelos réus em segunda instância, no Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas (TRE-AM).

Entenda o esquema

Bruno Henrique Sabbá, era assessor parlamentar de Nelson Azêdo, e revelou em depoimento à Polícia Federal (PF), na época, que o cadastro na fundação era feito mediante a apresentação de carteira de identidade, CPF e título de eleitor. Bruno Sabbá informou, ainda, que a falta de qualquer um dos documentos, por serem obrigatórios, implicava a pendência do cadastro do pretenso associado.

De acordo com o MPF, com o propósito de conferir aparente legalidade ao esquema fraudulento, Sabbá desempenhava a função de presidente e a também assessora parlamentar Olgamira de Castro Pinheiro, que completa a lista de denunciados, era a diretora administrativa e financeira da Prodente.

Em vídeos gravados na fundação e que constitui como provas no processo, o deputado Nelson Azêdo pede votos de maneira explícita, destacando a importância da reeleição dele para a continuidade dos serviços odontológicos da Prodente.