MANAUS – Após diversas polêmicas em torno do novo sistema de bilhetagem nos ônibus coletivos, o vereador Amom Mandel (Cidadania), por meio de um vídeo amplamente divulgado nas redes sociais, nessa segunda-feira (27), critica a decisão do desembargador Domingos Chalub, que também é seu avô. O parlamentar declarou: “não concordo com o que está acontecendo e não concordo mais ainda com a decisão do meu próprio avô, que caiu na ladainha que favorece o Sinetram”.
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Segundo Amom, “são 500 mil usuários do sistema de transporte coletivo: e se o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Amazonas (Sinetram) atender duas mil pessoas por dia, serão necessários 250 dias para recadastrar e para resolver o problema do passe e do bilhete da população. Ou seja, vai acabar o ano e ainda vai ter gente tentando resolver o problema do bilhete, que tem gerado transtorno para a maioria dos usuários do sistema de transporte coletivo, que tem buscado atendimento no local, porém, o tempo para o atendimento tem gerado aglomeração e horas na fila.”
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“Certo ou não, do ponto de vista jurídico, é preciso ter uma consciência de classe, uma consciência para com a população da cidade de Manaus, para não submeter as pessoas a esse tipo de humilhação”, pontuou o vereador Amom, que disse que a decisão do desembargador atende um pedido da Procuradoria-Geral do Município, porém, há falta de independência entre a prefeitura e empresas.
A decisão de Chalub suspendeu o bloqueio de R$ 3 milhões nos cofres do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Amazonas (Sinetram), que foi determinada na última quarta-feira (22), pela juíza Maria Eunice Torres do Nascimento.
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Na decisão, a magistrada proibiu a troca dos equipamentos de bilhetagem eletrônica, que estava sendo realizada pela empresa Prodata. Além de determinar o bloqueio milionário nas contas do Sinetram e uma multa de R$ 1,5 milhão por dia de descumprimento, com limite de cinco dias, Maria Eunice também ameaçou decretar a prisão do presidente do Sindicato, César Tadeu Teixeira.
Porém, a PGM entendeu que a decisão da magistrada prejudicava o sistema de transporte coletivo de Manaus e solicitou a suspensão da liminar. Na decisão dessa segunda-feira (27), Chalub afirmou que a decisão proferida pela juíza Maria Eunice Torres interfere na prestação do serviço de transporte público e que a readequação na logística dos serviços de atualização do sistema de bilhetagem, determinada pela magistrada, só tende a prejudicar a população manauara.
O desembargador também entendeu que se o Sinetram não estava satisfeito com os serviços da Meson Amazônia, não deveria ser obrigado a manter o contrato com a empresa.
Para Amom, a decisão não condiz com o que de fato precisa ser feito nesse momento para solucionar o problema e reflete a falta de independência entre os Poderes.
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