Manaus, 2 de maio de 2024
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Cenário

Apenas 1 aliado de Bolsonaro no AM assinou o pedido de impeachment de Lula

Dos parlamentares que surfaram na 'onda' de Bolsonaro, em 2022, apenas Alberto Neto (PL) assinou o pedido na Câmara Federal.

Apenas 1 aliado de Bolsonaro no AM assinou o pedido de impeachment de Lula

Deputados federais eleitos pelo Amazonas (Foto: Reprodução/Agência Câmara/Montagem/Portal AM1)

Manaus (AM) – Dos oito deputados federais eleitos pelo Amazonas em 2022, apenas um assinou o pedido de impeachment do presidente Lula (PT), protocolado na Câmara dos Deputados após as falas do chefe do Executivo comparando o Holocausto com a guerra em Gaza.

O deputado federal Capitão Alberto Neto (PL) foi o único da bancada amazonense a assinar o pedido. Na Câmara, Neto é um dos vice-líderes do seu partido, e está ao lado de Bolsonaro desde as eleições de 2018, quando venceu a eleição para presidente.

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Post do deputado federal Capitão Alberto Neto (Foto: Reprodução/Instagram/@capitaoalbertoneto)

Além do capitão, três declararam apoio ao ex-presidente nas eleições de 2022: Fausto Júnior (UB); Silas Câmara (Republicanos) e Átila Lins (PSD), porém, o cenário atual sofreu algumas mudanças, Fausto Júnior se licenciou da Câmara e Pauderney Avelino (UB) assumiu em seu lugar.

Silas Câmara, líder da bancada evangélica, vem sendo criticado pelos eleitores sobre a sua postura em relação ao pedido de impeachment contra Lula. Vale lembrar que o deputado está em luta pelo seu mandato, após o Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas (TRE-AM) cassar o seu mandato, o pastor evangélico está recorrendo à cassação na Justiça.

Um internauta disse em uma postagem no Instagram que estava surpreso com o fato de Silas Câmara, como evangélico, não ter assinado o pedido e que a postura do parlamentar serve de alerta aos fiéis.

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Silas Câmara é criticado nas redes sociais (Foto: Reprodução/ Instagram)

Mudança no jogo

Em 2018, Pauderney trabalhou no governo de transição de Jair Bolsonaro (PL), em 2022 não foi eleito e, desde então, fez algumas críticas a Bolsonaro e sua gestão. Como, por exemplo, um vídeo no qual disse que o ex-ministro da economia Paulo Guedes e Bolsonaro estariam decretando o fim da Zona Franca de Manaus (ZFM).

Quando retornou à Câmara, Pauderney aderiu a uma postura mais paz e amor e disse que o que estava valendo em 2017, 2018 e 2019 (se referindo ao período de pré-campanha, campanha, transição e início da gestão de Bolsonaro) não valem mais atualmente.

Os tempos mudaram e o que estava valendo nos anos de 2017, 2018 e 2019, não serve mais nos dias atuais. […] devemos trabalhar para pacificar o país, as famílias em torno de políticas públicas para atender as necessidades da nossa população, disse Avelino.

Pauderney também enalteceu os trabalhos dos senadores Eduardo Braga (MDB) e Omar Aziz (PSD) sobre os trabalhos referentes à ZFM, o que mostra uma aproximação com a base aliada ao presidente Lula (PT).

O decano Átila Lins (PSD), que apoiou Bolsonaro em 2022, emplacou o seu irmão, Belarmino Lins, como superintendente adjunto de operações da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) no governo Lula, o que mostra uma aproximação com o atual governo petista.

Em cima do muro

Já Amom Mandel (Cidadania) e Saullo Viana (UB) preferem assumir a postura de independência. Amom, o deputado federal mais votado do Amazonas, criticou os dois candidatos que foram ao segundo turno em 2022, dando entrevista e dizendo que “as duas opções são péssimas”.

Saullo, por sua vez, é do União Brasil, partido do governador Wilson Lima, que apoiou Bolsonaro no segundo turno de 2022, já se envolveu em embates contra bolsonaristas, a exemplo do confronto contra Flávio Bolsonaro (PL) na Câmara, quando o filho 02 do ex-presidente criticou a manutenção das vantagens fiscais da Zona Franca de Manaus (ZFM), Viana classificou a fala do parlamentar como “lamentável” em seu perfil no X.

O deputado federal também criticou o governador do Estado de Minas Gerais, Romeu Zema, e disse que “Ele (Zema) quer se colocar como herdeiro do Bolsonaro e do bolsonarismo para se viabilizar politicamente para 2026”, afirmou Saullo após polêmica envolvendo o chefe do Executivo de Minas. Além de ter apoiado o Senador Omar Azis (PSD) como líder da bancada no Amazonas no Senado Federal.

Átila Lins (PSD) também apoiou o senador Omar como líder da bancada amazonense, pois o senador é seu colega de partido.

Adail Filho (Republicanos), mesmo em um partido de ideologias próximas à direita bolsonarista, o ex-prefeito de Coari não se preocupou durante 2022 em expor seu lado ideológico, afirmando que “a polarização em torno da disputa pela presidência também é prejudicial” e preferiu ficar ‘neutro’.

Porém, mesmo sem referencial para presidente, no segundo turno estadual, ‘Adailzinho’, como é conhecido, ficou ao lado de Wilson Lima (UB), que apoiou o presidente Bolsonaro.

Posicionamento

Do mesmo partido de Átila e Omar, Sidney Leite (PSD) começou a legislatura com críticas amenas ao governo Bolsonaro, mas finalizou o primeiro mandato com críticas à essa gestão, caminhando ao lado da oposição. Leite fez parte do governo de transição de Lula e, na Câmara, está na base governista.

Com isso, Sidney Leite, Alberto Neto e Silas (que não assinou o pedido de impeachment) são os únicos parlamentares que mantêm o seu posicionamento ideológico original na Câmara federal atualmente. Átila e Pauderney estão, supostamente, mais próximos do governo Lula. Saullo, Amom e Adail, permanecem na postura de isenção.

Pedido de impeachment

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) protocolou um pedido de impeachment contra o presidente Lula (PT), que até esta sexta-feira (23), conta com mais de 140 assinaturas, conforme a deputada postou em seu perfil no X (antigo Twitter).

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