Buenos Aires (Argentina) – Centenas de apoiadores de Javier Milei já se aglomeram em frente ao Congresso Nacional, em Buenos Aires, na manhã deste domingo (10). Os apoiadores vão acompanhar a posse do novo presidente da República da Argentina. A posse está marcada para iniciar às 12h20 horário local. O fuso horário de Buenos Aires é o mesmo de Brasília.
O economista libertário e ultraliberal de 53 anos assume, neste domingo, a Presidência. Um cenário inflacionário no país o elegeu. Milei está decidido a dar um tratamento de choque para tirar a Argentina de uma crônica crise financeira. Para isso, Milei precisará do apoio da oposição, o que com um discurso ideológico de direita e antiperonismo, parece estar funcionando.
Avesso à política tradicional, à qual se refere como “a casta”, Milei fará o juramento diante do Parlamento, como manda a tradição. Em seguida ele fará um discurso para os cidadãos, aos quais conclamou a comparecer com bandeiras em frente ao Congresso.
A data da posse de Milei marca os 40 anos da última ditadura militar na Argentina, que começou em 1976. De conformidade com a República, o momento terminou com a posse do presidente Raúl Alfonsín, em 10 de dezembro de 1983.
Em suma a posse de Milei contará com a presença de vários líderes da América Latina, como o chileno Gabriel Boric e o paraguaio Santiago Peña, e europeus como o ucraniano Volodmir Zelenski e o húngaro Viktor Orban, além do rei da Espanha, Felipe VI. Além desses, Jair Bolsonaro, que compartilha de pensamentos ideológicos similares a Milei, também já está na Argentina e recebe tratamento de chefe de estado da equipe de transição.
Tradição
A saber o artigo 141 do documento estabelece que “no pórtico da Casa do Governo, o presidente será recebido pelo chefe da Casa Militar, pelo diretor de cerimônias e por um ajudante de campo do presidente cessante , que o cumprimentará.” Eles o acompanharão até a Sala Branca (palco que ficará em frente ao Busto da República).”
Em seguida, o presidente cessante entrega ao seu sucessor as insígnias presidenciais (bastão de comando e faixa presidencial) que são colocadas sobre a mesa do estrado, conforme artigo 142.
De conformidade com a tradição, Fernández se despedirá de Milei e deixará a Sala Branca junto com seus ex-ministros. Sob o mesmo ponto de vista, ele será acompanhado ao pórtico da Casa do Governo pelo novo chefe da Casa Militar, pelo diretor cerimonial e por um ajudante de campo do presidente.
Pela tarde, Milei prestará um juramento aos ministros de seu gabinete para desempenharem suas funções correspondentes perante o Notário Chefe do Governo.
Milei não fará nenhum discurso diante dos legisladores, mas o fará nas escadas do prédio diante dos seguidores. Terminada a cerimônia no Congresso, Milei viajará para a Casa do Governo em um conversível pela Avenida de Mayo, segundo a agência de notícias Télam.
Cenário para a posse de Milei
Terceira economia da América Latina, em resumo a Argentina registra uma inflação de mais de 140% ao ano e uma taxa de pobreza superior a 40%.
Para enfrentar essa crise, Milei prometeu medidas drásticas. O corte do gasto público, redução do Estado e estímulo ao modelo liberal em um país acostumado, há anos, com subsídios do governo de déficit fiscal.
“Se Milei cumprir 50% do que prometeu, já vamos estar mudando muito nosso futuro”, opinou Franco Propato, um vendedor de motos de 23 anos que está disposto a dar tempo ao novo líder “porque a política que temos faz 40 anos nos deixou uma bagunça muito grande e, de um dia para outro, não será possível consertar”, completou.
O partido de direita e ultraliberal Libertad Avanza, de Milei, é apenas a terceira minoria no Congresso, o que obriga o presidente eleito a se acertar com as demais forças políticas para avançar com as várias reformas que propôs.
Em síntese, Milei terá provas de fogo pela frente. O novo presidente terá liberdade para decidir sobre planos para conter a desvalorização do peso e tomará algumas medidas para reduzir o gasto público. A dolarização, um dos temas centrais da campanha, ficou em suspenso à espera dos primeiros resultados do planejamento econômico
(*) Com informações do R7 e da CNN Brasil
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