Manaus, 4 de maio de 2024
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Manaus, 4 de maio de 2024

Cidades

Após mortes de crianças, pais denunciam Hapvida por negligência em Manaus

Com vários relatos parecidos de mortes de crianças, os pais pedem esclarecimento e denunciam negligência médica.

Após mortes de crianças, pais denunciam Hapvida por negligência em Manaus

(Foto Celso Maia/Portal AM1)

Manaus (AM) – Um grupo de pais e mães protestaram, na manhã desta sexta-feira (14), em frente ao hospital da Hapvida, na Cachoeirinha, zona Sul de Manaus, pedindo justiça e esclarecimentos a respeito da morte dos filhos por suspeita de negligência médica.

Em entrevista ao Portal AM1, Mirian Cordeiro, 32, mãe de Richard Cordeiro, que morreu na Hapvida aos 3 anos, contou que o filho deu entrada na unidade hospitalar no dia 30 de abril, com pneumonia e,  durante a internação, ela percebeu várias falhas e negligências da parte do hospital. No dia 2 de maio, Richard foi transferido para UTI agonizando. A mãe ainda relatou que presenciou o filho tendo várias paradas cardíacas sem nenhum profissional por perto para socorrê-lo.

“Também cheguei a presenciar meu filho com diversas escoriações, arranhões na testa, marcas de unha nas coxas, e, quando eu questionava os profissionais, eles me diziam que a própria criança tinha se machucado, mas isso não é verdade, pois meu filho estava em coma”, contou.

Quem passou pela mesma situação foi Roseane Barros, mãe do pequeno Theo Barros, de 4 anos, que está internado na Hapvida. Ela contou que o filho entrou na unidade hospitalar brincando e sorrindo e, hoje, é um paciente sequelado, em coma vegetativo.

“Em 2021, eu trouxe meu filho, pois eu pagava um plano de saúde pensando que ele ia ter uma boa assistência, me enganei, trouxe ele por três vezes, na terceira vez entubaram sem o meu consentimento e foi uma série de erros desde então. No dia 18 de julho de 2021, a fisioterapeuta, que deveria estar monitorando o meu filho, dando assistência, desligou o aparelho de ventilação e foi embora, ela esqueceu do meu filho. Meu filho entrou em parada cardiorrespiratória, ninguém sabe por quanto tempo ele ficou sem oxigênio”, relatou.

Comissão de pais e mães

As famílias das crianças criaram uma comissão de pais e mães e foram à Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam) e conversaram com o deputado Wilker Barreto (Cidadania) para solicitar ajuda da Casa.

O deputado informou que a rede de saúde em questão vem causando prejuízos à sociedade. Sendo assim, é preciso alertar a população sobre estes casos e, principalmente, trabalhar para evitar que mais tragédias ocorram.

“Estou estarrecido com a gravidade das denúncias que recebi aqui, vou dar prosseguimento ao longo deste recesso, e vou contar cada caso do que aconteceu. Famílias estão sendo mutiladas com perdas de entes queridos por negligência. Vamos procurar o Ministério Público, Justiça, pois têm muitos processos que não avançam. O que está acontecendo hoje é estarrecedor. Tudo que foi relatado é resultado de um desserviço que presta a Hapvida ao Estado”, alertou Wilker.

A equipe de reportagem foi ao hospital e foi informada pela recepção que a direção da unidade não iria conceder entrevista no momento. A assessoria também foi procurada e ainda não se pronunciou.

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