MANAUS – O artista indígena Jaime Diakara Dessana, lançado na Mostra de Arte Indígena, tem obra em destaque, desde 9 fevereiro, no Museu Histórico Nacional, no Rio de Janeiro, na exposição de longa duração: “Îandé – aqui estávamos, aqui estamos”.
O artista do povo dessana participou das duas edições da mostra indígena de Manaus, realizadas pela Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Eventos (Manauscult), por meio do Conselho Municipal de Cultura (Concultura), nos anos de 2021 e 2022.
Para o presidente do Concultura, Tenório Telles, toda a realização artística está entranhada pela cultura e pela memória mais profunda de um povo.
Os curadores da mostra são o indígena Denilson Baniwa e o pesquisador do MHN, André Amud Botelho, que também é amazonense.
Jaime Diakara disse que a sua obra com o título Gaapi Pahti – corpo cósmico da ayahuasca, um quadro 80cm x 60cm, de acrílica sobre tela, retrata o ritual da Ayuasca na cosmologia de seu povo dessana, originário do Alto Rio Negro.
“Mostro como a ayuasca abre o acesso deste para o mundo espiritual, a partir da minha dissertação de mestrado, mostro o ritual do consumo da bebida, o acesso do conhecimento da filosofia indígena, dos saberes das danças, dos cantos, dos ritos e dos benzimentos”, destacou.
Exposição
A exposição conta com acervo arqueológico, artístico e cultural voltado à história e cultura dos povos indígenas brasileiros. O Museu Histórico Nacional começou, na quinta-feira, 9/2, a exposição de longa duração “Îandé – aqui estávamos, aqui estamos”, que aborda a trajetória dos povos originários brasileiros desde antes da chegada dos portugueses até os dias atuais.
A inauguração iniciou com a roda de conversa “Memórias e museus indígenas”, que contou com representantes dos povos Kanindé (CE) e Yawanawá (AC), seguida de uma apresentação cultural, também, no espaço da exposição, e ainda uma feira de arte indígena.
Artistas indígenas, como Denilson Baniwa, Diakara Dessana, Mayra Karvalho e Tapixi Guajajara, estão presentes na exposição com obras autorais.
A exposição leva ao público objetos etnográficos, como o tacape, que pertenceu ao líder indígena Tibiriçá no século 16 e um colar usado em rituais contemporâneos dos Yawanaw, e é dividida em dois eixos temáticos: Arqueologia e Povos Originários.
A exposição é gratuita e funciona de quarta a sexta, das 10h às 17h. Aos sábados e domingos, funciona das 13h às 17h.
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