MANAUS, AM – A exposição “Arboreal”, que ocorre até o dia 26 de junho, na Califórnia, Estados Unidos, terá uma participação brasileira. Por meio de fotoperformaces, Emerson Pontes é o único brasileiro na amostra e encarna Uýra Sodoma em duas fotografias que refletem mensagens da floresta amazônica a todos os seres humanos.
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Uýra, que também atua como bióloga e educadora de artes plástica,s apresenta duas fotoperformances: A Mata Te/Se Come, por Lisa Hermes, e Terra Pelada, por Matheus Belém. Ambas tendo o artista indígena protagonizando a performance.
“Eu não me compreendo como um corpo só no mundo, eu me compreendo como um corpo coletivo, logo, esse trabalho encarnado por Uýra é um trabalho coletivo de aldeias, de periferias, de comunidade LGBT. Meu corpo é um corpo Amazônia! Eu entendo que esse trabalho que realizamos é uma oportunidade muito potente de levar para o mundo o que é Amazônia, chega ser um trabalho político”, diz.
Arboreal, que é realizada em São Francisco, Califórnia, surge com a premissa de refletir e manifestar as relações humanas com as florestas e com o planeta. Para executar essa manifestação, artistas da Colômbia, do Chile e dos próprios Estados Unidos foram convidados a participar da amostra.
“Gostamos de nos enxergar como árvores, que são partes de uma floresta coletiva, de um vida pulsando e integrada, e nos movemos independentemente dos racismos e violências estruturais que nos querem parados”.
Mestre em Ecologia e atuante por mais de 6 anos como biólogo, Emerson também participou de eventos artísticos na França, na Áustria e na Holanda. O artista indígena também é presença confirmada na 34º Bienal de São Paulo. Aos 30 anos, os trabalhos do biólogo são voltados, principalmente, para sistemas vivos e violações a partir da ótica da diversidade, do funcionamento e adaptação.
Com a entidade da floresta Uýra Sodoma, a “árvore que anda”, Emerson realiza uma manifestação em carne de bicho e planta que atravessa falas em fotoperformances e performances.
“É fundamental que tenhamos massa e escuta sobre aquilo que vivemos, sobre nossas realidades e as nossas lutas. Aliás, é sobre aquilo que podemos compartilhar como indígenas, e é isso que tentamos levar, compartilhar o que a Amazônia pode ensinar e as múltiplas realidades das vozes LGBTs e periféricas”, declara Uýra.
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