Manaus, 19 de maio de 2024
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Atriz Etty Fraser, grande nome do teatro, morre aos 87 anos

Ela estava internada desde sábado no Hospital São Luiz, em São Paulo, e sofreu insuficiência cardíaca.

Atriz Etty Fraser, grande nome do teatro, morre aos 87 anos

Grande nome da cena teatral, a atriz Etty Fraser morreu na segunda-feira (31), aos 87 anos. Ela estava internada desde sábado no Hospital São Luiz, em São Paulo, e sofreu insuficiência cardíaca.

No Instagram, o ator e diretor Odilon Wagner disse que Fraser era uma “fonte de alegria”. Wagner dirigiu a atriz em seu último trabalho, a peça “A Última Sessão”, em 2014, que reuniu nomes como Nívea Maria, Miriam Mehler, Sylvio Zilber, Sonia Guedes, Yunes Chami, Gésio Amadeu, Gabriela Rabelo e Marlene Collé.

Já o autor de novelas Walcyr Carrasco escreveu em seu Twitter que ela “era a encarnação da alegria! Atriz, cozinheira, apresentadora, e uma amiga de que eu gostava muito. Vá em paz, minha querida!”.

Nascida no Rio de Janeiro em 1931, Etty Fraser Martins de Souza estudou letras anglo-germânicas na USP, mas logo enveredou pelo teatro e integrou os primeiros anos do Teatro Oficina. Estreou profissionalmente em “A Incubadeira” (1959), de Zé Celso.

No grupo do encenador, destacou-se em montagens importantes, como “A Vida Impressa em Dólar”, “Pequenos Burgueses” e a célebre “O Rei da Vela”, na qual fazia a debochada Dona Cesarina.

Com “Os Inimigos do Povo”, montagem do Oficina para o texto de Máximo Górki, alcançou grande reconhecimento. À época, assim escreveu a crítica da revista Visão sobre a performance da atriz: “Torna-se difícil falar dos intérpretes devido não só à qualidade de seus trabalhos que os faz funcionar como um todo quase homogêneo, como também em razão do numeroso elenco. Cumpre porém destacar […] Etty Fraser, transmitindo com grande talento a figura da mulher que não compreende o que se passa, que não percebe direito que seu mundo está desmoronando”.

Fraser transitou por diversos âmbitos da cena teatral brasileira dos anos 1960, trabalhando com outros destacados diretores da época, como Adolfo Celi (que a dirigiu em “Calúnia”, no Teatro Brasileiro de Comédia), Antunes Filho e Antônio Abujamra.

Ela alternava participações no teatro e na televisão, como as novelas “Beto Rockfeller”, da TV Tupi, e “Sassaricando”, da Globo. Voltou ao cinema em 2002, após um hiato de mais de duas décadas, no filme “Durval Discos”, dirigido por Anna Muylaert.

Ela também se destacou por defender os direitos da classe artística – em 1992, tornou-se diretora do Fact (Fundo de Assistência à Classe Teatral), de ajuda a artistas portadores de HIV ou sem condições de trabalho.

*Informações retiradas da Folhapress