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Política

Aumento na incidência do câncer colorretal gera audiência na Câmara dos Deputados

Aumento na incidência do câncer colorretal gera audiência na Câmara dos Deputados

Mesmo diante dos dados do Inca, no país não é feito o rastreamento assintomático de câncer colorretal no Sistema Único de Saúde (SUS). (Foto: Câmara dos Deputados)

A Comissão de Seguridade Social e Família (CSSF) aprovou, nesta terça-feira, 10, o requerimento 642/2017, da deputada federal Conceição Sampaio (PP-AM), que pede a realização de uma audiência pública para debater a necessidade e priorização do Câncer Colorretal nas políticas públicas de saúde do Brasil, em parceria com a Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher. A audiência pública foi agendada pela Comissão da Mulher para o dia 24 de outubro deste ano.  

“No meu Estado (Amazonas), a capital já chegou a ser primeira no ranking do câncer do colo de útero e a vacina do HPV, as ações e campanhas trouxeram, agora, uma juventude mais saudável e, por isso, nós queremos trazer esse debate, fomentar essa discussão por algo que vem crescendo no país justamente neste mês voltado para campanhas de prevenção ao câncer”, afirmou a parlamentar durante votação do requerimento na sessão da Comissão de Seguridade Social.

No requerimento, Conceição Sampaio justifica a importância do debate, uma vez que, no Brasil, em um ano, são estimados 34.280 novos casos de Câncer Colorretal, sendo 17.620 mulheres e 16.660 homens, conforme dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca), referentes a 2016. Desta forma, o Câncer Colorretal é o segundo tipo de câncer mais incidente em mulheres, com números menores apenas do que o câncer de mama. Em homens, é o terceiro tipo de câncer mais incidente. Além disso, o Câncer Colorretal é a segunda maior causa de mortalidade por câncer no país, também segundo dados do Inca.

Mesmo diante dos dados do Inca, no país não é feito o rastreamento assintomático de câncer colorretal no Sistema Único de Saúde (SUS). Atualmente, este tipo de política pública se restringe ao câncer de mama e ao de colo do útero.

Para promover o debate, Conceição Sampaio sugere a participação do representante da Secretaria de Atenção à Saúde (SAS) do Ministério da Saúde; representante da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos (SCTIE) do Ministério da Saúde, Rinaldo Gonçalves, representante do Instituto Nacional de Câncer (Inca); Dr. André Sasse, oncologista e cirurgião da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp); Luciana Holtz, presidente do Instituto Oncoguia; Dr. Fernando Maluf, oncologista e presidente do Instituto Vencer o Câncer; Dr. Rodrigo Perez, representante da Associação Brasileira de Prevenção do Câncer de Intestino (Abrapreci).

Estudo recente

Um estudo divulgado, no dia 3 de março deste ano, pela Sociedade Americana de Câncer revela que o número de casos de tumor colorretal (de intestino grosso e reto) está aumentando entre adultos jovens e de meia-idade, principalmente o cancro no reto — antes mais comum entre idosos. De cada dez pacientes diagnosticados com essa doença, três têm menos de 55 anos. Entre os motivos, estão a obesidade e o estilo de vida sedentário, que fazem com que especialistas sugiram a antecipação da recomendação para exames de detecção dos tumores.

Os pesquisadores analisaram 490.305 casos diagnosticados em pacientes com mais de 20 anos nos Estados Unidos, entre 1974 e 2013. Em geral, a incidência está em declínio desde a metade da década de 1980, graças a novas técnicas de detecção, mas entre adultos de 20 a 39 anos, a taxa de incidência de câncer de intestino vem crescendo entre 1% e 2,4% anualmente desde a década de 1980. E na faixa etária dos 40 aos 54 anos, a variação anual tem sido entre 0,5% e 1,3% desde meados da década de 1990.

O aumento nas taxas de incidência de câncer no reto é ainda mais evidente, com variação média anual de 3,2% entre 1974 e 2013 para adultos na faixa etária entre 20 e 29 anos. Entre 40 e 54 anos, o crescimento foi de 2% ao ano desde a década de 1990. Em 2013, 29% dos casos diagnosticados da doença foram em pacientes com menos de 55 anos, contra percentual de 15% registrado em 1990.

(*) Com informações da Assessoria de Comunicação