Manaus, 18 de maio de 2024
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Cidades

‘Bolsonaro é, hoje, o principal aliado do vírus’, diz prefeito de Manaus

Arthur informou que está dialogando com Wilson para, em breve, ter um decreto que possa aumentar o isolamento social na capital amazonense.

‘Bolsonaro é, hoje, o principal aliado do vírus’, diz prefeito de Manaus

Prefeito Arthur Vigílio Neto. (Divulgação / Semsa e Mário Oliveira / Semcom)

Em entrevista para o colonista do UOL, Josias de Souza, o prefeito de Manaus, Arthur Vigilío Neto (PSDB) responsabilizou o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro pelo avanço do coronavírus em Manaus.

Na entrevista, Arthur Vigilío disse que já pediu ao governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC) que decretasse quarentena,  com o uso de força policial para manter as ruas vazias.

“As convocações que o presidente faz para as pessoas saírem do isolamento fortalecem o vírus, enfraquecem Manaus. O presidente Bolsonaro é, hoje, o principal aliado do vírus. Todos os que pensavam como ele no mundo mudaram de ideia. Líderes como Boris Johnson e Donald Trump voltaram atrás e se recolocaram na posição correta, reconhecendo a gravidade da pandemia”, comentou o prefeito.

Para o prefeito, Bolsonaro pode ter sido infectado pelo vírus, mas não é humilde para pedir desculpas.

“Bolsonaro insiste no erro. Ele poderia ter retroagido. Deveria ter sido mais humilde. Poderia pedir desculpas. Poderia ter feito qualquer coisa, menos insistir numa tese que já não é defendida por nenhum dirigente de país da importância do Brasil para cima. Às vezes me dá até a impressão de que o Bolsonaro já deve ter tido levemente a doença. Está imunizado e pode andar por onde quiser. Ele se esquece de que as pessoas que ele cumprimenta não estão imunizadas”, indagou Arthur.

Manaus foi uma das cidades brasileiras que antes do pronunciamento do presidente, em cadeia nacional, o isolamento social era de 70%, mas depois disso, as aglomerações se tornarem constante na capital.

“Nós estávamos com uma adesão superior a 70% ao isolamento horizontal. As pessoas estavam recolhidas às suas casas. Havia uma enorme calmaria. Quando o presidente Bolsonaro se contrapôs a isso, as pessoas começaram a tentar enxergar alguma lógica na posição dele. Muitos voltaram às ruas. E a adesão caiu para pouco mais de 50%. Hoje, as pessoas estão insistentemente fora de casa. A situação ficou pior depois que o presidente começou a sair sucessivamente às ruas, numa campanha contra o isolamento. Ele não usa máscara, cumprimenta as pessoas, promove aglomerações”, comentou.

Arthur informou que está dialogando com Wilson para em breve, ter um decreto que possa aumentar o isolamento social na capital amazonense.

“Estamos pensando numa quarentena de fato. Estou propondo isso ao governador. Espero que ele se encoraje a fazer. Precisamos elevar o nível de adesão das pessoas ao isolamento”, declarou.

(*) Com informações da UOL