Manaus, 26 de abril de 2024
×
Manaus, 26 de abril de 2024

Política

Braga Netto diz que pasta cumprirá orientação de Bolsonaro dentro da Constituição

Novo ministro assume cargo ainda sob críticas por trocas efetuadas no comando das forças armadas

Braga Netto diz que pasta cumprirá orientação de Bolsonaro dentro da Constituição

Foto: Folhapress

O ministro da Defesa, Walter Braga Netto, afirmou nesta terça-feira (6) que a pasta continuará com sua missão de defesa da pátria e dos três Poderes, seguindo orientação do presidente Jair Bolsonaro e dentro “das quatro linhas do que prevê a Constituição”.

As declarações de Braga Netto ocorreram no Palácio do Planalto, durante cerimônia de transmissão de cargo dos ministros indicados na reforma feita por Bolsonaro na semana passada.

Leia mais: Bancada do Amazonas repercute saída de comandantes das Forças Armadas

“O trabalho lá [na Defesa] continua árduo, não muda nada. A Defesa continua com sua missão constitucional de defesa da pátria e dos poderes constitucionais, e conforme a orientação do senhor [Bolsonaro], dentro das quatro linhas do que prevê a Constituição”, disse.

“A Defesa continua na sua missão, na sua prioridade hoje do [combate à] Covid. A Defesa já tem auxiliado, é um trabalho que continua, não tem nada de novo no que tem sido feito. É um trabalho coordenado entre as três forças”, disse.

“Ela [Defesa] continua com o seu auxílio à população mais carente, à vacinação de índios, a vacinação de maneira geral –a prioridade hoje é a vacinação. A Defesa estará pronta, presidente, a cumprir o que o senhor [Bolsonaro] determinar como comandante em chefe e, conforme a sua própria orientação, dentro do que prevê a Constituição”, completou.

Além de Braga Netto, houve a transmissão de cargo nesta terça dos novos ministros da Casa Civil (Luiz Eduardo Ramos), da Justiça (Anderson Torres), das Relações Exteriores (Carlos França), da Secretaria de Governo (Flávia Arruda) e da Advocacia-Geral da União (André Mendonça).

Fechada à imprensa, a solenidade não foi transmitida. Os discursos foram disponibilizados posteriormente e veiculados por um site bolsonarista.

Braga Netto assume o ministério da Defesa na esteira da maior crise militar registrada desde a redemocratização do país.

A crise foi deflagrada com a decisão de Bolsonaro de demitir o ex-ministro da Defesa, Fernando Azevedo.
Segundo interlocutores, o agora ex-ministro vinha resistindo a pressões de Bolsonaro por um maior engajamento das forças armadas na defesa de medidas do governo, principalmente na oposição a políticas de distanciamento social adotadas por governadores e prefeitos.

Além do mais, Azevedo vinha bloqueando as investidas do presidente pela saída do general Edson Pujol do comando do Exército.

Como resultado da demissão de Azevedo, Pujol e os comandantes da Marinha e da Aeronáutica também deixaram seus postos.

Parte expressiva da cúpula do Exército ainda está ressentida com as trocas efetuadas pelo Palácio do Planalto.
A carta de demissão de Azevedo, em que ele argumenta ter preservado as Forças Armadas como “instituição de Estado, também foi interpretada como uma tentativa de Bolsonaro de aprofundar a politização dos militares, o que gerou novas críticas contra o mandatário.

Para tentar evitar o adensamento da crise, Bolsonaro decidiu respeitar critérios de antiguidade na escolha dos novos comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica.

 

(*) Com informações da Folhapress