Braga sai em defesa do Grupo Atem, enquanto AM tem a gasolina mais cara do país

(Foto: Moreira Mariz/ Agência Senado)

Manaus (AM) – Enquanto a população amazonense paga alto pelo preço da gasolina, vendida a R$ 7,29 em Manaus, tornando-se a mais cara do Brasil, tendo como parâmetro a média nacional de janeiro de 2025, comercializada por R$ 6,00 o litro, o senador Eduardo Braga (MDB) sai em defesa e tece elogios ao grupo Atem, responsável pela única refinaria no Amazonas.

Nesta segunda-feira (17), o senador Eduardo Braga (MDB) esteve na Câmara Municipal de Manaus (CMM), a fim de participar da Sessão Ordinária e assim ter um diálogo com os 41 vereadores da Casa. Entre os temas debatidos de interesse público, Braga foi questionado pelo vereador Rodrigo Guedes (PP) sobre o preço da gasolina em Manaus ser o mais caro do país; o parlamentar se esquivou da resposta. Eduardo Braga praticamente deu uma aula no plenário e explicou todo o processo de criação da primeira Refinaria Isaac Sabbá, em 1957.

Gasolina a R$ 7,29, o que a bancada amazonense faz para combater?

O vereador Rodrigo Guedes (PP) falou: “Nós temos aqui, na nossa cidade, a gasolina vendida a 7,29 e em Belém, nossa vizinha, que não tem refinaria, chega a ser vendida a R$ 5,95; outros vizinhos também têm a gasolina mais barata que aqui, onde nós temos a refinaria […] Eu gostaria de saber o quê que está sendo feito pela bancada do Amazonas, pelos nossos representantes no Senado Federal e por Vossa Excelência, ‘pra’ [sic] gente combater o preço da gasolina aqui na nossa cidade? O grupo Atem construiu um império, tanto que comprou uma refinaria, 1 bilhão de reais; domina as três pontas desse ramo de comércio e vende a gasolina mais cara do Brasil […],” perguntou o vereador ao senador Eduardo Braga.

Aula sobre a refinaria em Manaus

O senador Eduardo Braga (MDB) por sua vez, respondeu ao questionamento do parlamentar da Casa, dando uma aula desde o período da refinaria criada por uma iniciativa privada Isaac Sabbá.

“Primeiro, os efeitos dos combustíveis, hoje, na cidade de Manaus, não diz respeito a benefício fiscal a refinaria, diz respeito a equívocos ocorridos nos últimos anos sobre a política de combustíveis no Amazonas. […] A refinaria Isaac Sabbá estava inoperante, ou seja, a refinaria só tinha nome, funcionando como tancagem. A Petrobras, durante todos esses anos, não investiu um centavo na modernização da refinaria de Manaus. […] Isso implicou que o petróleo extraído de Coari tinha que sair pra ser refinado na Bahia, estávamos e ainda estamos defasados com a modernização da refinaria”, afirmou Braga.

Reforma tributária não trata de distribuição

Senador Eduardo ainda complementou dizendo que a refinaria estava defasada ao ponto de o governo federal desinvestir na Refinaria da Amazônia (Reman).

“No governo Bolsonaro, eles decidiram desinvestir, privatizar a Reman, ao privatizar, nenhuma empresa do Sul se interessou em comprar, eles queriam que a nossa refinaria fechasse[…] Do ponto de vista estratégico, nós estaríamos recuando 7 décadas, nós estaríamos fazendo Isaac Sabbá revirar no túmulo. A Petrobrás nos abandonou, há 12 anos a Petrobras não perfura um poço de prospecção em Urucu. […] Neste exato momento em que estamos discutindo aqui, dentro da refinaria estão acontecendo os investimentos que vão fazer com que a refinaria volte a refinar modestamente, ainda sem nenhum benefício fiscal. A liminar que a vossa excelência se referiu se trata de distribuição de combustível, não se trata de refino […] A reforma tributária não tratou de distribuição, tratou especificamente de refino e não de grupo Atem, refino de bens fósseis. A refinaria de Manaus foi vendida para uma empresa privada que foi a única que se habilitou até a fase final, que comprou por 254 bilhões de dólares uma refinaria com defasagem tecnológica”, falou Eduardo, não respondendo sobre o combate ao alto preço da gasolina em Manaus.

Ficou pendente

Para o vereador Guedes, a resposta do senador Braga ficou pendente: “Eu acho que algumas coisas ficaram pendentes de uma resposta mais concreta, por exemplo, o preço da gasolina de Manaus. Por que a rede Atem tem o maior preço do Brasil e recebe incentivos fiscais?”, relatou ao fim da sessão plenária.

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