Manaus, 18 de abril de 2024
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Cenário

Carta de presidente do PL autoriza desfiliação de Marcelo Ramos do partido

Valdemar Costa Neto disse concordar com saída do deputado, mas a desfiliação oficial ainda depende de ação no TSE

Carta de presidente do PL autoriza desfiliação de Marcelo Ramos do partido

Foto: montagem

BRASÍLIA, DF – Após confirmar sua saída do Partido Liberal (PL), o vice-presidente da Câmara dos Deputados, deputado federal Marcelo Ramos divulgou carta assinada pelo presidente nacional do partido, Valdemar Costa Neto, autorizando a desfiliação do parlamentar sem a perda do mandato ou do cargo na Mesa Diretora da Câmara.

No documento endereçado a Ramos datado desta terça-feira (7), Costa Neto apontou que “divergências doutrinárias e políticas” existente entre o deputado e o partido, torna a permanência do parlamentar no PL “insustentável”.

“Em que pese o fato de lamentarmos a manifesta divergência apresentada de caráter público e notório, afirmamos que, em virtude da linha político-partidária de atuação de nossa legenda, sua manutenção em nosso quadro de filiados causará indiscutivelmente constrangimentos de natureza política para ambas as partes”, diz trecho da carta.

Na sequência, o presidente do PL afirmou que não pretende acionar o Tribunal Superior Eleitoral contra Ramos por infidelidade partidária.

“Não postulamos perante a Justiça Eleitoral o mandato de deputado federal obtido por vossa exa. por expressa vontade do povo do Amazonas, por motivo de desfiliação partidária, em respeito aos princípios constitucionais, concluindo assim ser incompatível a permanência no Partido Liberal”, finalizou Costa Neto.

Leia mais: Após chegada de Bolsonaro, Marcelo Ramos confirma desfiliação do PL

Saída do PL

Mais cedo, Marcelo Ramos confirmou que está de saída do PL, sob justificativa de uma “incompatibilidade” com a agenda político-eleitoral do partido. O anúncio ocorreu uma semana depois da filiação do presidente Jair Bolsonaro ao partido, a quem o deputado federal faz oposição.

“Eu sempre deixei claro da minha incompatibilidade de ser do mesmo partido que o presidente Bolsonaro, não por antipatia de cunho pessoal, mas porque considero que ele não é o melhor para o futuro do país”, declarou o vice-presidente da Câmara.

Durante o anúncio, ele mencionou o acordo feito entre ele e o presidente do PL para não perder o mandato, que pertence ao partido político, e nem o cargo na cúpula da Câmara dos Deputados. Apesar da carta, seu mandato poderá ser cobrado tanto pelo suplente ou mesmo pelo Ministério Público.

E diante dessa possibilidade, o deputado já informou que precisará de uma autorização do TSE para deixar oficialmente o PL. Caso não consiga, ele antecipou que fará a saída durante a janela partidária, período aberto para a troca de legendas no início de 2022.

“Antes de me desfiliar, vou ajuizar uma ação declaratória de justa causa no TSE nos próximos dias. Se eu tiver uma tutela de urgência, eu já adianto minha desfiliação. Caso contrário, é preciso esperar o período de janela partidária. E durante esse tempo, farei as tratativas para resolver em que partido eu vou me filiar na certeza de que eu não sairia de um partido do Bolsonaro para outro da base ligado a ele”, sentenciou.  

Ramos destacou ainda não ter um novo partido, mas admitiu que já conversas com dirigentes de outras siglas e que busca uma legenda com postura independente. “Eu estou conversando com vários partidos, mas não é momento para gastar minha energia com isso. O meu rumo agora não eleitoral, só não estarei no palanque do Bolsonaro”, garantiu.

Veja carta na íntegra:

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