Manaus, 17 de maio de 2024
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Cidades

Caso Sotero: Filhas de Wilson pedem para mãe ligar para ‘papai do céu’

De acordo com  o promotor, as crianças não sabem o que aconteceu com o pai. Pestana também usou a tréplica para contestar trechos do depoimento de Sotero

Caso Sotero: Filhas de Wilson pedem para mãe ligar para ‘papai do céu’

Fabíola Rodrigues prestou depoimento no primeiro dia de julgamento. Promotor relatou que as filhas de Fabíola e Wilson não sabem o que aconteceu com o pai. (Márcio Silva / Amazonas1)

O promotor George Pestana, assistente técnico do Ministério Público do Estado do Amazonas (MP-AM), relatou em júri que as duas filhas, uma de três anos e outra de dois, de Wilson Justo Filho, pedem para a mãe Fabíola Rodrigues ligue para o “papai do céu”, para que as duas possam falar com o pai. De acordo com  o promotor, as crianças não sabem o que aconteceu com o pai, que foi morto à tiros pelo delegado Gustavo Sotero, e está sendo julgado nesta sexta-feira, 29, no Tribunal do Júri, no Fórum Ministro Henoch Reis, na zona Centro-Oeste de Manaus.

Tendo sua vez de tréplica, o promotor George relatou os pontos citados no depoimento de Sotero e contrapôs.

“Sotero diz ter 4 filhos para criar, uma mãe e família para sustentar, mas conseguia com seu salário de delegado ter uma frequência assídua de duas vezes por semana no Porão do Alemão. O Sotero conseguiu fazer um filho estando preso. E o Wilson? Que tem suas filhas pedindo para a Fabíola ligar para o papai do céu para falar com o pai? Que estão pra vender o apartamento que moram por conta das dívidas?”, comentou.

Ainda na tréplica, George disse que a fratura no crânio de Sotero em decorrência do soco levado de Wilson não é verdade. O promotor mostrou o laudo do exame de corpo e delito do Instituto Médico Legal (IML) do réu e comprovou para os membros do júri.

“Mentira cabeluda”, comentou sobre o depoimento de Sotero alegando que Wilson estaria o tempo todo olhando para a arma no intuito de tomar. Sobre uma suposta perseguição da vítima contra o delegado, George simulou a atuação de um policial com arma agindo em legítima defesa, e que a atuação do réu foi intuitiva.