Manaus, 30 de abril de 2024
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Cenário

Cidade joga culpa na aquisição de móveis caros na gestão passada: ‘não posso acompanhar’

Em novembro, a Assembleia homologou uma ata de registro de preço que vai desembolsar mais de R$ 9.389.228 para comprar móveis diversos

Cidade joga culpa na aquisição de móveis caros na gestão passada: ‘não posso acompanhar’

Foto: Hudson Fonseca/Aleam

MANAUS (AM) – Na tentativa de limpar a imagem de seu primeiro ano de gestão à frente da Assembleia Legislativa do Estado do Amazonas (Aleam), o presidente da Casa, Roberto Cidade (PV), optou por jogar a responsabilidade de aquisição de moveis em valores exorbitantes na gestão passada. Em novembro, a Assembleia homologou uma ata de registro de preço que vai desembolsar mais de R$ 9.389.228 para comprar móveis diversos.

A ata de registro de preço reunia mais de 100 itens. Os valores registrados no documento, no entanto, chamam atenção logo no primeiro item: uma lixeira do tipo cesto cilíndrico, com diâmetro 395 mm e altura 789 mm vai custar à Aleam em torno de R$ 3.700,00, sendo que, quatro lixeiras deste mesmo tipo constam no registro, ou seja, somente nesse item será gasto o valor de R$ 14.800,00.

Outro item com valor curioso foi uma floreira – vaso usado para armazenar plantas. O item aparece pelo menos quatro vezes no documento com descrições diferentes e deve ser adquirido por valores que variam entre: R$ 4.140,00 até R$ 7.300,00. Se considerada a quantidade de 18 floreiras prevista no documento, a Assembleia legislativa vai desembolsar, pelo menos, R$ 110.100 para adquirir apenas o item de jardinagem.

Leia mais: Roberto Cidade empenha R$ 9 milhões em móveis para a Aleam; só lixeira vai custar R$ 3.700 mil

Nesta sexta-feira (17), ao ser questionado sobre a aquisição dos itens durante a coletiva de imprensa sobre o seu balanço de gestão, Roberto Cidade não assumiu a responsabilidade do processo licitatório e disse que a aquisição é fruto da gestão de 2019, comandada pelo ex-deputado, Josué Neto.

“Olha! Vale ser dito que esse processo licitatório foi feito em 2019, e veio se arrastando pela Assembleia. Esse processo é uma ata de registro de preço e não significa que vamos comprar todos esses itens. Eu já mandei para a procuradoria e alguns itens já foram cancelados, principalmente esses com preços absurdos”, comentou.

Mesmo confirmando o cancelamento dos itens, Cidade disse que não é autorizado a acompanhar o processo licitatório.

“Eu não posso acompanhar a licitação. A gente só sabe depois que acontece e se eu for assinar a ata será com valores justos e eu ainda vou ver o que vai ser comprado ou não”, disse.

Questionado se a Assembleia está preocupada em fazer economia na aquisição de bens, Cidade afirmou que a compra de novos moveis é uma necessidade da Casa legislativa.

“Não é a intenção gastar o dinheiro público, mas não podemos ser hipócritas, existe uma necessidade. Os móveis que estão aqui foram comprados há 15 anos. Vocês querem que eu deixe a Assembleia caindo aos pedaços, sucateada? Então, eu sou consciente, mas não posso deixar a Assembleia pior que eu recebi”, disparou o presidente.

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