Manaus, 7 de maio de 2024
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Cidades

Com ausência de público no Fecani, prefeito é acusado de boicotagem

O festival que costumava runir mais de 100 mil pessoas, neste ano, mal conseguiu reunir um público de cem.

Com ausência de público no Fecani, prefeito é acusado de boicotagem

FECANI - espaço vazio em 2023. (Foto: Reprodução/Fecani/Itacultura)

Itacoatiara (AM) – Desde essa quarta-feira (6), o tradicional Festival da Canção de Itacoatiara (Fecani) deu início à sua 38ª Edição. O local, que aguardava a população, em peso, como aconteceu nas edições anteriores, este ano trouxe uma sensação de tristeza, pois o Centro de Eventos Juracema Holanda encontrava-se vazio. Nas redes sociais, alguns chegaram a acusar o prefeito, Mario Abrahim, de boicotagem ao evento.

O festival, que é realizado há 30 anos em Itacoatiara (a 276 quilômetros de Manaus), pode ter sofrido com a falta de público por questões financeiras devido à realização sequencial de vários festivais nas últimas semanas na região metropolitana.

Ao final de agosto, o Festival de Cirandas movimentou a população manacapuruense e demais visitantes do estado. Após o seu encerramento, deu-se início ao #SouManaus Passo a Paço 2023 na capital, Manaus. E, ao mesmo tempo, acontecia o Fecani em Itacoatiara (a 276 quilômetros de Manaus), que segue até este sábado (9).

Além desse ponto de vista, há quem diga que a ausência da população teria acontecido devido à chantagem do gestor atual de Itacoatiara, Mário Abrahim (PSC). Segundo denúncias feitas pela internet, supostamente, o prefeito teria ordenado que nenhum servidor comparecesse ao festival por questões políticas. E quem desobedecesse poderia ser exonerado do cargo.

O Portal AM entrou em contato com o chefe do Executivo Municipal a fim de esclarecer tais acusações, mas, até a publicação desta matéria, não houve retorno.

Pelas redes sociais, o público que não foi, mas assistiu à transmissão, demostrou indignação com a falta da população no evento. “A que ponto chegou. Ninguém quase“, opinou um internauta. “Sacanearam com o Fecani, um desrespeito com o povo itacoatiarense. Mas Deus e maior“, comentou outro. Além disso, um internauta chegou a dizer que o festival pode acabar. “Que pena que pode acabar. FECANI sempre foi um grande espetáculo“, lamentou.

Para Sabrina Souza*, moradora de Itacoatiara, o Fecani está “muito fraco” comparado às outras edições. O festival, que já teve a presença de Maiara e Maraísa, Israel Novaes, Jorge Aragão, Grupo Revelação entre outras atrações nacionais reunindo cerca de 200 mil pessoas, contou neste ano apenas com algumas famílias que foram apoiar os artistas locais. Desse modo, Souza declara seu descontentamento.

Apresentação de Maiara e Maraisa no Fecani 2018. (Fotos e Filmagem: Dinelly Fotografias – Lisandra Leal Fotografia – Jeferson Blayd – Allison Pinheiro – Samuel Rodrigues)

“Esse ano a gente não teve nenhuma atração nacional [como costuma acontecer], só tivemos, praticamente, bandas da cidade e algumas da capital. Os concursos também, não tivemos todos os concursos, faltaram alguns. Para um festival que lotava de gente durante 24h, esse ano “malmente” consegue lotar”, argumentou.

Polêmicas do Fecani

Em julho deste ano, a Justiça havia autorizado a realização do Fecani, que segundo denúncia da Associação dos Itacoatiarenses Residentes em Manaus (Airma) – que acusou Mário Abrahim de omissão, foi enviado ao prefeito, desde o início do ano, quatro ofícios pedindo apoio cultural para a realização do festival, porém, não houve retorno.

A liminar foi proferida pelo desembargador Abraham Peixoto Campos Filho, no dia 6/7, no Mandado de Segurança n.º 4006709-92.2023.8.04.0000, que tramita nas Câmaras Reunidas.

Na época, ao analisar o pedido, o desembargador observou estarem presentes os requisitos para a sua concessão, destacando a proximidade da data do evento, que exige prévia autorização dos órgãos de fiscalização, e a omissão do gestor municipal de responder a quatro comunicações formais encaminhadas pela associação, que configura fato concreto para autorizar o deferimento da liminar em mandado de segurança preventivo.

(*) Sabrina Souza é o nome fictício de uma fonte que preferiu não ser identificada.

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