Manaus, 5 de maio de 2024
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Manaus, 5 de maio de 2024

Cidades

Com pedido de fim de greve, professores apontam negligência do Governo

"Só chegou a esse ponto devido a falta de acordo e negligência do governo"

Com pedido de fim de greve, professores apontam negligência do Governo

Foto: Divulgação

Após o Fórum Permanente de Conselheiros e Ex-Conselheiros Tutelares do Amazonas (Fectam) abrir um processo para que os grevistas que aderiram à greve dos professores retornem às aulas, sob pena de prisão de todos os membros das diretorias executivas do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Amazonas (Sinteam) e do Sindicato dos Professores e Pedagogos de Manaus (Asprom/Sindical), em caso de descumprimento, a categoria afirma que a situação só chegou a tal ponto devido a negligência do governo do Amazonas.

A greve iniciou dia 15 de Abril (Divulgação)

Segundo o coordenador financeiro do Asprom/Sindical, Albert Lambert, a ação dos conselheiros e ex-conselheiros é uma atitude legítima, pois, de fato, a situação da educação é preocupante. “É uma atitude legítima, por que não acreditamos que eles queiram ver algum professor preso. Nós entendemos que a situação das aulas já está em um nível grande de preocupação, mas só chegou a esse ponto devido a falta de acordo e negligência do governo.  E é necessário que haja uma cobrança do Estado para que as cobranças sejam atendidas e que a greve possa acabar”, comentou o coordenador.

A presidente do Sinteam, Ana Cristina Rodrigues, afirmou que está tranquila e vai acatar qualquer decisão judicial mas enfatiza que, mesmo assim, a greve continua porque não depende da prisão dela e nem da diretoria do sindicato.

“Se a greve se estendeu tanto foi por inabilidade do próprio governador que recebeu o Sinteam só depois de 22 dias de greve, negociou por três dias e rompeu a mesa de negociação à nossa revelia”, declarou.

Conforme o Sinteam, a ação na justiça foi apoiada apenas por uma minoria de conselheiros,  e que a federação tem mais ex-conselheiro do que conselheiro tutelar. “O que foi apurado ontem é que uma minoria de conselheiros apoiou essa ação na justiça, alias, a federação tem mais ex-conselheiro do que conselheiro tutelar. O coordenador dos conselhos tutelares entrou em contato com o Sinteam dizendo que a maioria dos conselheiros é a favor da luta dos trabalhadores em educação”, comunicou o sindicato.

O processo

O processo foi emitido no domingo, 19, e o argumento do Fectam foi de que a greve dos professores passou de 30 dias, com interrupção das atividades escolares e do funcionamento regular das escolas públicas estaduais, sem a formalização de um acordo entre a categoria e o Estado. Caso os os componentes das diretorias executivas do Sinteam e da Asprom descumpram a decisão, estarão sujeitos a pena de prisão.

Pedido de garantias de que greve não prejudique ano letivo 

Os professores, já preocupados com os efeitos da greve, foram ao Ministério Público do Amazonas (MP-AM) no dia 2 de maio solicitar apoio junto ao governo para que o Estado ofereça uma proposta capaz de resolver o impasse e que a greve seja encerrada.

Em anúncio feito pela Procuradora-Geral de Justiça, Leda Mara Nascimento Albuquerque, durante a reunião com os representantes do Sindicato dos Professores e Pedagogos de Manaus (Aspromsindical), O MP-AM informou que vai cobrar do Governo do Estado sobre como vai garantir que a greve dos professores da rede pública não afetará a qualidade do ensino e nem prejudicar o cumprimento do ano letivo de 2019.

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Para os professores, a intermediação do MP/AM dá peso à questão e o objetivo de uma solução rápida para o problema. Dezenove dias depois, a greve continua.