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Manchete

Com um custo mensal de R$ 600 mil, a Arena Amazônia sediará torneio para advogados

Com um custo mensal de R$ 600 mil, a Arena Amazônia sediará torneio para advogados

Segundo o Site da Transparência da OAB, seccional Amazonas, a entidade arrecadou no primeiro semestre do ano passado, o equivalente a R$ 3,3 milhões. (Foto: EBC)

Da Redação

Manaus – A Arena da Amazônia, situada no bairro Dom Pedro, zona Centro-Oeste de Manaus, e que tem uma manutenção mensal de aproximadamente R$ 600 mil, foi cedida, gratuitamente, pela Secretaria de Estado da Juventude, Esporte e Lazer (Sejel), à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB seccional Amazonas) e à Caixa de Assistência dos Advogados do Amazonas (Caaam), para a final do 5º Campeonato de Futebol dos Advogados, que acontece neste sábado (3), a partir das 8h.

O secretário da Sejel, Fabrício Lima, afirmou que eventos de cunho social como o campeonato em questão, a final do Peladão Amazonense e os campeonatos amazonenses masculino e feminino de futebol são isentos do pagamento de aluguel. Ainda segundo Lima, as entidades que promovem eventos do tipo custeiam apenas o “quadro móvel” da Arena composto por profissionais treinados durante a Copa do Mundo de Futebol de 2014 para operacionalizar o funcionamento do prédio.

“Claro que cobramos de quem pode pagar. Neste ano, por exemplo, tivemos a festa de formatura da Uninorte que contou com um público de mais de 30 mil pessoas e nós cobramos aluguel”, disse Lima, informando que dependendo da área alugada, a locação da Arena pode variar entre R$ 5 mil e R$ 700 mil.

O Site da Transparência da OAB, seccional Amazonas, informa que a entidade arrecadou no primeiro semestre do ano passado, o equivalente a R$ 3,3 milhões. No mesmo período, a Ordem registrou um superávit  (diferença entre a receita e o pagamento das despesas) de mais de R$ 415 mil, segundo os dados do site da instituição. No site não está disponível, até a data de hoje (03/06), o balanço do segundo semestre de 2016 e deste ano.   

Taxa administrativa

Procurada para comentar o caso, a coordenadora da Caaam, Cinthia Morais confirmou que a OAB-AM não terá ônus com a locação do espaço. “O espaço foi cedido”, afirmou lembrando que a entidade se comprometeu em pagar apenas  uma taxa administrativa.

O 5º Campeonato de Futebol dos Advogados teve início dia 14 de abril. O estádio, que foi palco da Copa do Mundo de 2014 da Fifa, tem capacidade para 40,5 mil pessoas e a gestão fica a cargo atualmente da Fundação Vila Olímpica (FVO), vinculada à Sejel.

‘Elefante Branco’

Um das polêmicas geradas com a construção da Arena, que custou aos cofres públicos R$ 605 milhões, é a subutilização do espaço, que atrai esporadicamente, jogos programados dentro dos campeonatos nacionais e, em algumas exceções, jogos internacionais.

À época do lançamento do projeto, a “arena multiúso”, como foi denominada pelas autoridades, seria autossustentável. Com o passar dos anos, restou ao Estado bancar a manutenção do ‘elefante-branco’, que vem servindo, inclusive, para shows artísticos, consideradas as devidas particularidades do local.

Segundo o portal da Transparência, do Governo do Estado, a Sejel gastou, entre janeiro e maio deste ano, R$ 2,03 milhões em recursos públicos, para a manutenção dos estádios geridos pela pasta, conforme dados do portal da Transparência. Isso inclui, além da Arena, os campos oficiais de treinamento, a exemplo do estádio Carlos Zamith, no Coroado, zona Leste da capital amazonense. Para cobrir os gastos, o órgão deveria promover eventos pagos, mas ao invés disso, disponibiliza os espaços gratuitamente para eventos privados, a exemplo do 5o Campeonato de Futebol dos Advogados.

O Transparência agrega os demonstrativos de gastos do poder Executivo. Na parte que cabe à Sejel, os descritivos não informam, em sua maioria, se a manutenção é especificamente de um único estádio. A maior parte informa apenas que trata-se de contrato para a “manutenção e operação de estádios de futebol”, a exemplo contrato 06/2014, com vigência até 2016, mas que continua sendo aditivado.

Através dele, foram pagos, em 2017, R$787 mil à empresa ForteVip Vigilância Privada. Os demais contratos referem-se a manutenção de gramados, segurança, entre outros.

 Os contratos para o abastecimento de energia encontram-se e sem especificação de endereço. O maior deles inclui cinco unidades consumidoras, e gerou gastos, em 2017, de R$ 740.894.