Manaus, 6 de maio de 2024
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Cidades

Comissão cobra resposta do poder público por Hapvida não atender autistas

Os pais relataram uma série de irregularidades cometidas pela empresa, que, hoje, afeta mais de 1.200 pacientes com TEA.

Comissão cobra resposta do poder público por Hapvida não atender autistas

(Foto: Divulgação/Assessoria)

Manaus (AM) – Uma comissão de pais e mães de crianças diagnosticadas com o Transtorno do Espectro Autista (TEA) se reuniu nessa segunda-feira (17) com o deputado estadual Wilker Barreto (Cidadania), na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) para denunciar o descaso com as crianças por parte da rede de saúde Hapvida.

Os familiares relataram uma série de irregularidades cometidas pela empresa, como a falta de profissionais especializados para o atendimento adequado dos autistas, ausência de estrutura e até descumprimento de decisões judiciais por parte da operadora.

Durante a reunião, o grupo enumerou diversos casos de despreparo dos profissionais no atendimento aos pacientes com TEA, como aconteceu com Márcia Castro, mãe de uma criança com nível 3 de autismo, considerada o nível mais severo do transtorno.

“Quando cheguei ao hospital, minha filha teve uma crise, os enfermeiros passavam e só olhavam, pedi socorro para uma mãe chamar o médico, quando ele viu ela se debatendo no chão, expliquei, e ele brigou com meu marido porque ele não estava lá, mas sim estacionando o carro. Foi ríspido, grosseiro com a minha filha, eu falei: ‘doutor, a minha filha é grau 3 de suporte, tenha empatia. Médicos e enfermeiros despreparados para atender, até para colocar o oxímetro não tinham a menor paciência. É uma falta de respeito, a minha filha saiu sem ser medicada, ela entrou em crise e simplesmente mandaram ela voltar para casa. Como que a gente fica numa situação dessa?”, contou Márcia, aos prantos.

Outra dificuldade relatada é o acesso à disponibilidade de consultas para especialidades como neuropediatria, fundamental para o tratamento de doenças que comprometem o sistema nervoso e neurológico. Segundo Ayda Freitas, a espera chega a durar mais de quatro meses.

Descumprimento judicial

Os pais ainda denunciam o descumprimento de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado em janeiro deste ano entre a Hapvida e o Ministério Público do Amazonas (MPAM) que tinha o objetivo de garantir o acesso a tratamentos adequados para crianças autistas, após denúncias de dificuldades na marcação de consultas e sessões de terapias para as crianças com TEA.

O pacto visava que a rede de saúde encaminharia os atendimentos para as clínicas credenciadas caso o plano não tivesse, no entanto, o tratamento das crianças começou a sofrer interrupções e negativas por parte da empresa.

Portanto, a comissão cobra uma resposta tanto do poder público quanto dos órgãos fiscalizadores para solucionar um problema que hoje afeta mais de 1.200 crianças autistas.

O fim da reunião, o deputado repudiou a atuação da Hapvida e afirmou que acionará a Defensoria Pública do Estado do Amazonas (DPE-AM), Agência Nacional de Saúde (ANS), o Ministério Público do Estado do Amazonas (MPE-AM) e a Corregedoria do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM) para cobrar providências da operadora.

(*) Com informações da assessoria